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Perímetro de proteção do navio Endurance é ampliado para garantir sua preservação

Medida aumenta zona de segurança em torno do famoso naufrágio antártico para 1.500 metros

Endurance, de Sir Ernest Shackleton, naufragou em 1915. (Royal Geographical Society/Getty Images)

Endurance, de Sir Ernest Shackleton, naufragou em 1915. (Royal Geographical Society/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 10 de julho de 2024 às 13h59.

A histórica embarcação Endurance, célebre pelo naufrágio durante a expedição antártica de Sir Ernest Shackleton, acaba de receber um reforço significativo em sua proteção. O perímetro de segurança ao redor do navio foi ampliado de 500 metros para 1.500 metros, como parte de um plano de gestão de conservação recentemente publicado. Esta ação visa preservar a embarcação e limitar atividades que possam interferir em sua integridade, de acordo com a BBC.

A Endurance, que repousa a 3.000 metros de profundidade no Mar de Weddell, estava bem protegida devido à sua localização remota e à cobertura de gelo marinho. Contudo, a expansão do perímetro reconhece que os destroços podem estar espalhados por uma área maior do que se pensava anteriormente. A nova medida busca garantir que a embarcação e seus pertences permaneçam intactos e que o legado de Shackleton seja preservado para as gerações futuras.

Riscos futuros

A Endurance é um símbolo notável da chamada Era Heroica da exploração antártica. Sua história cativa o mundo há décadas, especialmente devido ao resgate heroico de Shackleton e sua tripulação após o navio ter ficado preso e perfurado pelo gelo antártico. A descoberta da Endurance no fundo do oceano em março de 2022 foi um feito sensacional, sendo considerada uma das mais difíceis buscas de naufrágios no mundo.

Poucas pessoas têm a expertise para visitar a Endurance hoje, mas isso pode mudar com o aquecimento global e o recuo das geleiras polares. A evolução das tecnologias de mergulho profundo aumenta a preocupação com possíveis saques ou danos causados por operações submarinas descuidadas. Além disso, a pesca no Mar de Weddell pode se tornar mais comum, aumentando o risco de equipamentos descartados se enroscarem no naufrágio.

O CMP, aprovado por unanimidade em uma recente reunião das nações que são parte do Sistema do Tratado da Antártida, propõe medidas para mitigar esses riscos. Um passo inicial é o acordo com proprietários de navios de cruzeiro para que evitem a zona da Endurance. Outra medida seria aumentar a classificação de proteção do naufrágio. Atualmente, ele é designado como um Sítio e Monumento Histórico (HSM), que impede o toque, mas não impede a aproximação da embarcação.

Caso a embarcação se torne uma Área Especialmente Protegida da Antártida (ASPA), qualquer plano de visita estaria sujeito a uma rigorosa revisão por especialistas em patrimônio e técnicos, exigindo uma permissão específica. As nações do Tratado da Antártida discutiram essa designação em sua recente reunião, e uma aplicação formal será perseguida em 2025.

Quando a embarcação foi localizada no fundo do mar, estava em condições surpreendentemente boas, com sua estrutura básica intacta e coberta por uma variedade fascinante de animais marinhos. Biólogos marinhos exigem estudar esse ecossistema mais detalhadamente, visto que ele funciona como um recife artificial. O CMP estabelece diretrizes para futuras pesquisas, insistindo que todos os dados sejam tornados públicos.

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