Praia na Espanha: Europa está sofrendo uma nova onda da covid-19 e a detecção da variante omicron levou vários países a suspenderem voos com origem da África do Sul (Clara Margais/Getty Images)
AFP
Publicado em 28 de novembro de 2021 às 21h18.
Última atualização em 28 de novembro de 2021 às 21h21.
O setor turístico mundial deve voltar a registrar perdas de 2 trilhões de dólares este ano, devido às restrições relativas à pandemia de covid-19, anunciou nesta segunda-feira (domingo, 28, em Brasília) a Organização Mundial do Turismo (OMT), que considera a recuperação "lenta" e "frágil".
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Enquanto isso, a Europa está sofrendo uma nova onda particularmente virulenta da covid-19 e a detecção de uma nova variante, chamada omicron, na África do Sul, levou vários países a suspenderem voos com origem no sul da África.
Os últimos acontecimentos mostram que "a situação é totalmente imprevisível" e que o setor do turismo não está a salvo de riscos que podem provocar "enormes danos” econômicos, reconheceu à AFP o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili.
De acordo com a agência da ONU, que realizará sua assembleia geral em Madri entre terça e sexta-feira, as chegadas de turistas internacionais devem continuar "70 a 75% menores" neste ano em relação aos níveis pré-pandemia.
O setor de turismo, um dos mais atingidos pela emergência sanitária, deve registrar mais uma vez perdas gigantescas em 2021, estimadas em cerca de 2 trilhões de dólares. Um número quase idêntico ao de 2020.
“A crise no setor do turismo é histórica, mas o turismo tem possibilidade de se recuperar rapidamente”, ressaltou Pololikashvili, mostrando esperança de que “2022 será um ano muito melhor do que 2021”.
Segundo os indicadores divulgados pela OMT, as chegadas de turistas internacionais realmente experimentaram uma recuperação "durante a temporada de verão no hemisfério norte", sugerindo uma melhora após um primeiro semestre "fraco", graças ao "forte avanço da vacinação".
Mas "os resultados continuam desiguais nas diferentes regiões do mundo", afirma o comunicado da OMT, que atribui essa situação heterogênea "às diferenças nas restrições de mobilidade, nas taxas de vacinação e na confiança do viajante".
De acordo com a entidade, 46 países permanecem totalmente fechados aos turistas, o que equivale a um destino em cada cinco, e 55 estão parcialmente fechados. Por outro lado, quatro nações já retiraram todas as restrições: Colômbia, Costa Rica, México e República Dominicana.
Devido às persistentes incertezas sobre a evolução da pandemia, a OMT não oferece estimativas sobre o número de turistas que poderão viajar para o exterior em 2022, mas prevê uma recuperação "lenta" e "frágil".
“As taxas de vacinação desiguais e as novas cepas de covid-19”, como a omicron, “podem afetar a recuperação”, alerta a organização, que também teme os efeitos do “recente aumento nos preços do petróleo” nas viagens.
Diante desses obstáculos, somente “uma resposta coordenada entre os países” permitirá “restaurar a confiança dos consumidores”, conclui a OMT, que pretende debater o tema em sua assembleia geral em Madri.
O encontro, do qual participarão os 159 Estados membros, deveria ocorrer no Marrocos, mas o país desistiu de sediá-lo devido a um ressurgimento da covid-19.