Mundo

Pequim registra chuvas mais fortes em 140 anos

As chuvas torrenciais, que registraram queda considerável nesta quarta-feira, começaram a cair sobre a região de Pequim no sábado

Avenida inundada na cidade de Baoding, província de Hebei, norte da China, em 1º de agosto de 2023 (Jing Xuan TENG, Ludovic EHRET/AFP Photo)

Avenida inundada na cidade de Baoding, província de Hebei, norte da China, em 1º de agosto de 2023 (Jing Xuan TENG, Ludovic EHRET/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2023 às 07h21.

Última atualização em 2 de agosto de 2023 às 07h22.

As chuvas que afetaram Pequim nos últimos dias, com inundações letais, foram as mais intensas em 140 anos, desde o início dos registros das tempestades na China, onde as operações de resgate foram intensificadas nesta quarta-feira.

As chuvas torrenciais, que registraram queda considerável nesta quarta-feira, começaram a cair sobre a região de Pequim no sábado. Em apenas 40 horas, a cidade acumulou o índice pluviométrico esperado para todo o mês de julho.

"O índice máximo de chuvas registrado por uma estação da cidade durante esta tempestade foi de 744,8 milímetros, o mais intenso em 140 anos", afirmou o Serviço Meteorológico de Pequim.

O recorde anterior era de 609 milímetros em 1891, de acordo com o organismo.

A tempestade Doksuri, que chegou a ser classificada como um supertufão, atingiu o território chinês do sul para o norte, depois de provocar muitos estragos nas Filipinas na semana passada.

Na terça-feira, o canal estatal CCTV anunciou que as tempestades provocaram pelo menos 11 mortos e deixaram 13 desaparecidos em Pequim.

Na província vizinha de Hebei, onde quase 800.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas, nove pessoas morreram e seis estavam desaparecidas.

No distrito de Fangshan, em Pequim, perto do limite com Hebei, correspondentes da AFP observaram um parque completamente inundado. Toneladas de resíduos, arrastados pela água, estavam acumuladas perto de uma ponte.

Limpeza e resgate

A situação é crítica em Zhuozhou, município de Hebei, com grandes áreas inundadas. O canal estatal CCTV exibiu imagens ao vivo dos resgates de moradores bloqueados.

As inundações provocaram a interrupção do fornecimento de água e energia elétrica em vários pontos de Zhuozhou.

A imprensa estatal alertou na semana passada que 130 milhões de habitantes seriam afetados pelas chuvas extremas no norte do país.

De acordo com um balanço atualizado, quase 127.000 pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas em Pequim (com 22 milhões de habitantes) e 847.000 em Hebei (74 milhões de habitantes).

Apesar da situação difícil, as autoridades da capital chinesa suspenderam o alerta vermelho para inundações nesta quarta-feira, depois que o "fluxo na maioria dos rios voltou a ficar abaixo do sinal de alarme", informou a agência estatal de notícias Xinhua.

Atenção se volta agora para a operação de resgate

centenas de socorristas da Cruz Vermelha foram enviados às áreas mais afetadas para limpar as áreas afetadas e ajudar as vítimas, segundo a Xinhua.

O presidente Xi Jinping pediu na terça-feira "todos os esforços possíveis" para evitar mais mortes e resgatar as pessoas desaparecidas ou bloqueadas.

Durante uma visita ao distrito de Mentougou, um dos mais afetados na capital, o vice-primeiro-ministro Zhang Guoqing disse que "a prioridade é salvar vidas, lutar contra o tempo para encontrar os desaparecidos ou bloqueados".

A China vive um ano de fenômenos meteorológicos extremos, com tempestades e recordes de temperatura no verão (hemisfério norte). Os cientistas afirmam que a mudança climática aumenta a frequência e intensidade dos eventos.

O país está em alerta para a chegada de um tufão, o sexto do ano, que se aproxima do território chinês pela costa leste.

Acompanhe tudo sobre:PequimChinaTufõesChuvas

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'