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Pequim acusa EUA de 'provocação' por incidente aéreo no mar do Sul da China

Horas mais tarde, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu para Pequim estabelecer uma melhor comunicação com Washington

Um caça J-16 chinês voa em frente a um avião americano RC-135 sobre o Mar do Sul da China (AFP/AFP Photo)

Um caça J-16 chinês voa em frente a um avião americano RC-135 sobre o Mar do Sul da China (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 31 de maio de 2023 às 13h57.

Última atualização em 31 de maio de 2023 às 13h58.

O governo da China denunciou, nesta quarta-feira, 31, uma "provocação" dos Estados Unidos, depois de um incidente na semana passada entre um caça chinês e um avião militar de vigilância americano sobre o Mar do Sul da China. "Um avião de reconhecimento RC-135 entrou deliberadamente em nossa área de treinamento", afirmou em um comunicado Zhang Nandong, porta-voz militar chinês, e acrescentou que Pequim teve que enviar aviões em resposta para seguir e vigiar a aeronave americana.

"Estas manobras provocadoras e perigosas são a fonte dos problemas de segurança marítima", afirmou Mao Ning, uma porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, que instou os Estados Unidos a "cessar imediatamente estas perigosas provocações".

Horas mais tarde, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu para Pequim estabelecer uma melhor comunicação com Washington.

"Isso não faz mais que deixar em evidência por que é tão importante ter linhas de comunicação regulares e abertas, que incluam, de certo, nossos ministros da Defesa", disse Blinken à imprensa durante uma visita à Suécia, referindo-se ao seu colega de Defesa, Lloyd Austin.

Segundo Washington, a China recusou um encontro, nesta semana, em Singapura, entre Austin e seu homológo chinês, Li Shangfu. Uma negativa "lamentável", segundo Blinken, que enfatizou que "o mais perigoso é não comunicar e, consequentemente, ter mal-entendidos".

O ministério chinês da Defesa, no entanto, não confirmou nem desmentiu ter recusado tal convite.

O Pentágono informou na terça-feira que o piloto de um caça chinês fez uma "manobra desnecessariamente agressiva" próximo de um avião de vigilância americano que sobrevoava o Mar do Sul China na sexta-feira da semana passada.

"O piloto chinês fez uma manobra perigosa ao se aproximar muito do avião", insistiu Blinken nesta quarta-feira. "E nos últimos meses, houve ações similares não apenas conosco, mas também com outros países", acrescentou.

Um vídeo que teve o sigilo retirado mostra um avião de combate passando à frente da aeronave americana, que balança após a turbulência.

O Comando Indo-Pacífico (INDOPACOM) dos Estados Unidos informou na terça-feira que um avião chinês "voou diretamente à frente" e a menos de 400 pés (120 metros) de um RC-135, o que deixou a aeronave americana diante de uma série de turbulências.

"O RC-135 estava conduzindo operações seguras e de rotina sobre o Mar da China Meridional, no espaço aéreo internacional, em conformidade com o direito internacional", acrescentou o INDOPACOM.

Contexto aquecido

O incidente aumenta a tensão entre China e Estados Unidos, que enfrentam uma crise pelas divergências sobre Taiwan e após a detecção de um suposto balão espião chinês derrubado após sobrevoar o território americano este ano.

Para a diplomacia chinesa, o "envio frequente e por períodos prolongados de navios e aviões americanos para atividades de vigilância perto da China prejudica a soberania e a segurança nacional".

"A China continuará adotando as medidas necessárias para proteger de maneira firme sua soberania e segurança", acrescentou a porta-voz da diplomacia chinesa.

Tan Kefei, porta-voz do ministério chinês da Defesa, disse que Pequim dá "uma grande importância ao desenvolvimento das relações militares entre China e Estados Unidos", embora Washington seja "plenamente responsável pelas dificuldades atuais na comunicação entre os dois exércitos".

Lloyd Austin e outros altos responsáveis americanos estão trabalhando para reforçar as alianças com vários países asiáticos para fazer frente à influência chinesa, no entanto as duas potências trataram, ao mesmo tempo, de acalmar os ânimos. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que a relação bilateral deveria se acalmar "muito em breve".

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