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Pentágono monitora balão espião chinês que sobrevoa os EUA

A pedido do presidente Joe Biden, o Departamento de Defesa considerou abater o aparato, mas decidiu não fazê-lo devido aos potenciais riscos para as pessoas em solo, indicou a fonte, que pediu anonimato

Pentágono: A China já enviou balões de vigilância sobre os Estados Unidos no passado (U.S. Air Force/Getty Images/Getty Images)

Pentágono: A China já enviou balões de vigilância sobre os Estados Unidos no passado (U.S. Air Force/Getty Images/Getty Images)

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AFP

Publicado em 3 de fevereiro de 2023 às 06h35.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2023 às 06h37.

Os governos dos Estados Unidos e Canadá monitoram nesta sexta-feira, 3, ao menos um balão espião chinês que sobrevoa há vários dias seus territórios e áreas militares sensíveis, o que provocou um novo momento de tensão entre Washington e Pequim poucos dias antes de uma visita do chefe da diplomacia americana à capital da China.

O Pentágono anunciou na quinta-feira a presença do balão no espaço aéreo americano. O governo canadense informou que investigava um "potencial segundo incidente".

A China afirmou que está verificando as informações, mas pediu para que os países "não façam conjecturas ou exagerem a questão até que os fatos estejam claros".

"A China é um país responsável e sempre cumpre de maneira rigorosa a lei internacional. Não temos a intenção de violar o território ou espaço aéreo de nenhum país soberano", disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Mao Ning.

"Esperamos que as partes administrem (a situação) com calma e prudência", acrescentou.

A pedido do presidente Joe Biden, o Departamento de Defesa examinou a possibilidade de derrubar o aparelho, mas decidiu não fazê-lo devido aos potenciais riscos para as pessoas em solo, indicou uma fonte do Pentágono que pediu anonimato.

"Claramente, a intenção deste balão é a vigilância. E a rota de voo atual o leva a uma série de locais sensíveis", disse a fonte.

O balão sobrevoou o noroeste dos Estados Unidos, uma área de bases aéreas sensíveis e mísseis nucleares estratégicos em silos subterrâneos, mas o Pentágono não acredita que o dispositivo represente uma grande ameaça porque "tem um valor aditivo limitado de uma perspectiva de coleta de (dados de) inteligência".

"Estamos tomando medidas para nos proteger da coleta de informações confidenciais por parte de inteligência estrangeira", afirmou, porém, a fonte, que destacou não ter nenhuma dúvida sobre o fato de que o "balão procede da China".

O balão entrou no espaço aéreo americano "há vários dias", segundo ele, mas os serviços de inteligência dos Estados Unidos já o rastreavam antes.

Vários aviões de combate examinaram o balão quando sobrevoava o estado de Montana, norte do país. Atualmente voa "a uma altitude muito acima do tráfego aéreo comercial e não representa uma ameaça militar ou física para as pessoas em terra", informou o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, em comunicado.

"Os canadenses estão a salvo e o Canadá está adotando medidas para garantir a segurança de seu espaço aéreo, inclusive com a vigilância de um potencial segundo incidente", informou o ministério da Defesa canadense em um comunicado.

O governo do Canadá não citou a China. "As agências canadenses de inteligência trabalham com os aliados americanos e adotam todas as medidas necessárias para proteger as informações sensíveis do Canadá de ameaças externas", destacou o ministério.

A China já enviou balões de vigilância sobre os Estados Unidos em outras ocasiões, mas desta vez a presença do dispositivo foi detectada poucos dias antes da visita a Pequim do secretário de Estado americano, Antony Blinken.

A relação entre as duas potências é tensa, em particular no que diz respeito a Taiwan, que o governo chinês considera parte de seu território e cujo controle pretende recuperar um dia, inclusive com o uso da força se necessário.

De acordo com a fonte do Departamento de Defesa, Washington mencionou o balão espião com as autoridades chinesas.

"Nós afirmamos de maneira clara que faremos o necessário para proteger nossa população em nosso território", destacou.

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