Mundo

'Pensei que todos íamos morrer', diz professora

Professora conseguiu esconder seus 15 alunos pequenos em um banheiro durante o massacre na escola de Newtown

Massacre nos Estados Unidos (Getty Images)

Massacre nos Estados Unidos (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de dezembro de 2012 às 15h41.

'Pensei que todos íamos morrer". Este foi o forte testemunho de uma jovem professora que conseguiu esconder seus 15 alunos pequenos em um banheiro durante o massacre na escola de Newtown (Connecticut, nordeste dos Estados Unidos).

Lutando para conter o choro, Kaitlin Roig, professora do ensino fundamental, relatou à emissora ABC a estressante odisseia por que passou para os alunos da escola Sandy Hook da vista do atirador que matou 20 crianças e seis adultos, antes de cometer suicídio.

"Disse a eles: 'saibam que amo muito vocês'. Pensei que seria o último que ouviriam, pensei que todos íamos morrer", contou Roig.

Os 15 alunos e a professora se esconderam em um banheiro escuro, enquanto do lado de fora se ouviam os tiros do atacante que matava crianças e professores.

Estavam aterrorizados e a professora decidiu começar um jogo para distraí-los, apesar do temor de saber que tanto ela quanto as crianças, com idades entre 6 e 7 anos, podiam ser as próximas vítimas.

Com a voz embargada pelo choro, Roig relatou a angústia daqueles momentos. Quando ouviu os disparos, reuniu as crianças - sua classe tinha uma grande janela perigosamente exposta - e as escondeu no banheiro pequeno.

Através da porta, empurrou uma estante e trancou o recinto por dentro.

"Silêncio", disse às crianças. "Disse a elas que ficassem caladas. Absolutamente caladas", lembrou Roig.

Nesse silêncio assustador, ela e os alunos ouviram os estampidos nos corredores, a pouca distância de seu improvisado esconderijo.

"Disse a eles que havia meninos maus do lado de fora e que tínhamos que esperar pelos meninos bons", contou Roig.

Mas alguns começaram a chorar e outros a perguntar pelos pais, dizendo que queriam voltar para casa. Um deles pediu aos demais que não se preocupassem porque sabia caratê e os ajudaria a sair dali sãos e salvos, contou a professora.

Roig tentou acalmá-los, dizendo, "tudo vai sair bem. Mostrem-me seus sorrisos".

"Dizia a mim mesma, 'somos os próximos'", lembrou Roig, com pavor.

Mas, os disparos cessaram, a polícia bateu na porta e disse que saíssem, pondo fim ao pesadelo.

A imprensa identificou como Adam Lanza, de 20 anos, o autor deste massacre, um dos piores cometidos em uma instituição de ensino dos Estados Unidos.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)MassacresMortesPaíses ricos

Mais de Mundo

Ataque aéreo de Israel atinge Beirute e aumenta tensão com o Líbano

Dez anos após desaparecimento de 43 estudantes no México, caso segue sem conclusão

O que é PETN, químico altamente explosivo que pode ter sido usado em pagers do Hezbollah

Novo centro de processamento de minerais vai fazer com que o Canadá dependa menos da China