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Pence vem à América Latina de olho em eleições de 2020

Pence tem uma agenda política cheia desde o primeiro semestre de governo, algo incomum para vices que não disputarão a eleição

TRUMP E PENCE: o vice está de olho na cadeira presidencial em 2020, segundo o New York Times   / Mike Segar/ Reuters (Mike Segar/Reuters)

TRUMP E PENCE: o vice está de olho na cadeira presidencial em 2020, segundo o New York Times / Mike Segar/ Reuters (Mike Segar/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 06h24.

Última atualização em 11 de agosto de 2017 às 07h34.

Enquanto o presidente dos Estados Unidos Donald Trump se dedica a ameaçar a Coreia do Norte durante as férias em um de seus hotéis em Nova Jérsei, o vice-presidente Mike Pence sai em missão diplomática neste fim de semana. No domingo ele chega a Cartagena na Colômbia, antes de ir a Bogotá. Depois ele parte para Buenos Aires, na Argentina, Santigo, no Chile, e para na Cidade do Panamá antes do retorno aos Estados Unidos. O Brasil, dessa vez, ficou de fora. Bem como a Venezuela. Embora muito diferentes entre si no atual momento, os dois países apresentam um clima de instabilidade política que não é lá muito convidativo.

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Pence chocou diplomatas pelo tamanho da comitiva que levará consigo em viagem. Segundo uma apuração feita pela revista Newsweek, Pence deve levar consigo 700 pessoas, somente para a logística e segurança, faltando incluir na conta familiares, assistentes e até eventuais executivos ou diplomatas. A título de comparação, uma viagem do ex-vice-presidente Joe Biden para a América do Sul teve entre 120 e 200 pessoas na equipe de apoio.

O portavoz de Pence, Marc Lotter, contestou os números conseguidos pela revista, mas disse que não estava autorizado a fornecer os seus por “motivos de segurança”. Ele também disse que o presidente irá abordo do avião Força Aérea Dois, com seus conselheiros, assessores e familiares, e que um “outro avião adicional levaria pessoal de suporte”.

Mas o grande número de pessoal envolvido na viagem joga luz sobre o real motivo da visita. Em julho, o vice-presidente fez uma viagem para Estonia, Georgia e Montenegro. Todos países na fronteira com a Rússia, onde Pence endossou um forte discurso pró-Otan — uma pauta que o próprio Trump criticou diversas vezes. A viagem à América Latina pode significar um novo esforço de Pence de se fazer relevante no cenário internacional, a fim de concorrer como o nome do partido republicano nas eleições de 2020 — na medida que Trump perdeu popularidade, empacou na aprovação de leis relevantes e teve seu governo questionado por relações escusas com a Rússia.

No início da semana, Pence criticou o jornal The New York Times por ter feito uma matéria afirmando que o vice poderia ser candidato à Casa Branca, caso o presidente fosse um nome fraco demais para a reeleição. Pence já estaria articulado com o partido e com doadores, além de ter uma agenda política cheia desde o primeiro semestre de governo, algo incomum para vices que não disputarão a eleição. Pence ficou tão incomodado com o artigo do Times que chegou a afirmar que o texto era “desrespeitoso e ofensivo a ele, todo o time, e família”. Enquanto isso, o Trump segue com suas partidas de golfe, e com suas ameaças a Kim Jong-Un.

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