Pelosi: A presidente da ilha agradeceu a presidente da Câmara dos EUA por “expressar a política consistente dos EUA de apoio à autodefesa de Taiwan” (Handout/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 3 de agosto de 2022 às 07h15.
Última atualização em 3 de agosto de 2022 às 07h19.
Após pousar em Taiwan na manhã de terça-feira, 2, a presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, seguiu com agenda na ilha nesta quarta-feira, 3. Pelosi, que é do Partido Democrata, se encontrou com a presidente de Taiwan, Tsai ing-wen.
A parlamentar recebeu a mais alta honraria civil de Taiwan e disse que os americanos não abandonarão a ilha. "Nossa delegação chegou a Taiwan para deixar claro, de forma inequívoca, que não abandonaremos nosso compromisso com Taiwan e que estamos orgulhosos de nossa amizade duradoura", declarou Pelosi.
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A presidente da ilha agradeceu a presidente da Câmara dos EUA por “expressar a política consistente dos EUA de apoio à autodefesa de Taiwan” e ser uma das “amigas mais dedicadas" de Taiwan.
Pelosi desembarcou em Taiwan apesar de uma série de ameaças da China, que considera a ilha parte de seu território e denunciou a visita como uma provocação. Pequim afirmou que a viagem terá consequências.
"Isto é uma completa farsa. Estados Unidos violam a soberania da China sob o pretexto da chamada 'democracia'... aqueles que ofendem a China serão punidos", disse o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, à margem de uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) em Phnom Penh.
Taipé, no entanto, manteve o tom desafiante diante do discurso de ameaças. A presidente taiwanesa Tsai Ing-wen declarou que "ante as crescentes e deliberadas ameaças militares, Taiwan não recuará (...) Vamos manter a linha de defesa da democracia".
A China tenta isolar Taiwan do restante do mundo e não critica os países que mantêm uma relação oficial com a ilha. Pelosi é a principal autoridade americana a visitar Taiwan em 25 anos.
Na terça-feira à noite, o ministério das Relações Exteriores convocou o embaixador americano Nicholas Burns. O vice-chanceler, Xie Feng, comunicou os "protestos veementes" de seu país e disse que "Taiwan é Taiwan da China", de acordo com a agência estatal Xinhua.
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Ao mesmo tempo, o ministério chinês da Defesa prometeu "ações militares seletivas", com uma série de manobras militares ao redor da ilha que começarão na quinta-feira, incluindo "o disparo de munições reais de longo alcance" no Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental.
Os exercícios militares representam "uma medida necessária e legítima para responder às graves provocações de alguns políticos americanos e dos independentistas taiwaneses", afirmou Hua Chunying, porta-voz da diplomacia chinesa.
Em relação à "visita de Pelosi a Taiwan, os Estados Unidos são o provocador, a China é a vítima. A provocação conjunta de Estados Unidos e Taiwan aconteceu primeiro, a defesa justa da China veio depois", acrescentou.
Em alguns pontos, a zona de operações chinesas ficará a menos de 20 quilômetros da costa de Taiwan, segundo as coordenadas divulgadas pelo exército do país.
O ministério taiwanês da Defesa respondeu que os exercícios violam as águas territoriais da ilha.
"Esta é uma ação irracional que desafia a ordem internacional", afirmou o porta-voz do ministério, Sun Li-fang.
O Japão expressou preocupação com as manobras da China, que para Tóquio ultrapassam a zona de exclusão econômica.
O ministério do Comércio da China também anunciou sanções econômicas, incluindo a suspensão da exportação para Taiwan de areia natural, um componente chave para a produção de semicondutores, uma das principais exportações da ilha. E a administração alfandegária chinesa também cancelou a importação de frutas e alguns peixes de Taiwan.
China e Taiwan estão separadas de fato desde 1949, quando as tropas comunistas de Mao Tsé-Tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha.
Washington reconheceu em 1979 o governo de Pequim como representante da China, mas prosseguiu com o apoio militar a Taiwan.
A possibilidade de Pelosi visitar a ilha aumentou a tensão entre as superpotências na última semana.
"Estados Unidos vão assumir a responsabilidade e pagarão o preço por minar a soberania e a segurança da China", disse na terça-feira uma fonte da diplomacia chinesa, antes da visita de Pelosi a Taiwan.
A "reunificação" da China é uma meta prioritária para o presidente chinês, Xi Jinping, que, na semana passada, disse formalmente ao presidente americano Joe Biden por telefone que evitasse "brincar com fogo".
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