Protesto da Irmandade Muçulmana no Egito: vítimas fatais foram registradas nos enfrentamentos entre manifestantes e policiais (Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 10h03.
Cairo - Duas pessoas morreram durante os protestos realizado por islamitas ontem no Egito, segundo a contagem oficial de vítimas divulgada nesta quinta-feira, embora para a Irmandade Muçulmana o número de vítimas fatais seja de 10.
O porta-voz do departamento de Emergências do Ministério da Saúde egípcio, Khaled al-Khatib, informou à Agência Efe que até o momento as autoridades registraram dois mortos e 39 feridos.
As vítimas fatais foram registradas nos enfrentamentos entre manifestantes e policiais no Cairo e na cidade de Beni Suef, a 110 quilômetros ao sul da capital.
Os números oficiais contrastam com o divulgado nas últimas horas pela Irmandade Muçulmana em seu site, no qual a organização indica que dez pessoas morreram nas "mãos das milícias do golpe", como o grupo se refere às forças de segurança.
A Irmandade Muçulmana disse que três das vítimas morreram baleadas nos protestos convocados no distrito de Heluan, no Cairo, onde a polícia empregou gás lacrimogêneo e balas de chumbo para dispersar as manifestações.
Segundo a Irmandade, dois jovens morreram em Beni Suef, um deles um adolescente de 13 anos; dois na universidade de Al Fayum, um na zona cairota de Al Masken, e outro na cidade mediterrânea de Alexandria.
A décima vítima fatal seria um dos fundadores do movimento Azariyun contra o Golpe, identificado como Mohammed Yassin, membro da universidade de Al-Azhar, no Cairo.
Além disso, centenas de pessoas foram detidas durante os últimos meses nos protestos, acrescentou a Irmandade em seu comunicado.
Os protestos foram convocados pela Aliança de Defesa da Legitimidade, que agrupa a Irmandade e outros partidários do presidente deposto islamita Mohammed Mursi.
O dia de ontem marcou o início de uma "nova onda revolucionária" que durará onze dias, segundo a coalizão, para marcar o terceiro aniversário do referendo realizado em 20 de março de 2011 sobre a emenda constitucional elaborada pela cúpula militar após a rebelião que depôs Hosni Mubarak.