Tropas sírias entram na localidade de Dumayna, em 13 de maio de 2013 (AFP / Joseph Eid)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2013 às 14h18.
Beirute - O Hezbollah libanês lutava nesta segunda-feira na linha de frente, juntamente com o Exército sírio, contra os rebeldes em Quseir, cidade estratégica onde o movimento xiita perdeu, nesta batalha, ao menos 23 de seus combatentes.
O exército de Bashar al-Assad e seu aliado Hezbollah lançaram no domingo o ataque de Quseir, nas mãos da insurgência há mais de um ano, e localizada estrategicamente, já que une a capital Damasco com o litoral.
Segundo uma fonte militar síria, o exército se apoderou do sul, do leste e do centro da cidade, e se dirigia ao norte, onde os rebeldes se entrincheiraram.
Segundo a televisão oficial, "o exército persegue os terroristas (rebeldes, segundo a terminologia do regime) nos setores norte e oeste de Quseir".
O jornal Al-Watan, próximo ao regime, indicou que o exército tem o controle da "maioria dos locais vitais" da cidade e "destruiu o quartel-general dos rebeldes".
Ao menos 23 membros do Hezbollah morreram quando combatiam junto às tropas do regime sírio em Quseir, indicou nesta segunda-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"São eles os que começaram no domingo o ataque, entraram na frente e por isso perderam 23 homens", explicou Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH, ONG próxima aos insurgentes e que se apoia em uma rede de fontes militares e médicas na Síria.
Os rebeldes denunciaram, por sua vez, "um ataque asfixiante imposto pelo regime e pelo Hezbollah libanês". "Quseir era bombardeada por todos os lados", afirmou via Skype à AFP Hadi Abdullah, um insurgente de Quseir.
"Diferentemente do que o regime diz, não há saída para os civis. Cada vez que tentamos retirar alguém, atiradores emboscados disparam contra nós, e inclusive contra crianças e mulheres", acrescentou.
Na mesma província de Homs, a artilharia síria bombardeou a cidade rebelde de Rastan, segundo o OSDH.
Esta batalha decisiva ocorre dois dias antes da reunião na quarta-feira em Amã do grupo dos "Amigos da Síria", formado por países hostis ao regime de Assad. Onze ministros participarão da reunião, entre eles o secretário americano de Estado, John Kerry,
Outra reunião será realizada posteriormente em Istambul com a participação dos grupos opositores sírios, e nela se decidirá se participarão da conferência internacional que os Estados Unidos e a Rússia pretendem organizar em junho para tentar colocar fim a dois anos de guerra civil que já deixou ao menos 94.000 mortos, de acordo com o OSDH.
Por sua vez, membros dos "diferentes movimentos" da oposição síria se encontram nesta segunda-feira em Madri para facilitar o diálogo e favorecer a coesão entre as diferentes correntes opositoras, anunciou o ministro espanhol das Relações Exteriores.
O ex-presidente da Coalizão Nacional Síria (CNS) Ahmed Moaz Al-Khatib participou deste encontro que deve reunir outros membros da coalizão, assim como representantes "dos diferentes movimentos" de oposição ao regime de Bashar al-Assad.
Al-Khatib renunciou à presidência do CNS no dia 21 de abril, alegando a falta de ação da comunidade internacional diante do conflito na Síria. George Sabra, cristão de 66 anos, foi designado presidente interino um dia depois.
Vários disparos procedentes da Síria também alcançaram as Colinas de Golã na madrugada desta segunda-feira sem deixar danos ou feridos, indicou um porta-voz do exército israelense.
Nas últimas semanas ocorreram quatro casos de tiros sírios que chegaram a um setor controlado por Israel.
Na semana passada, vários projéteis lançados a partir da Síria alcançaram o Monte Hermon, o ponto mais alto das Colinas de Golã ocupadas por Israel, e forçaram o fechamento do local aos turistas.
Israel, oficialmente em estado de guerra com a Síria, ocupa desde 1967 cerca de 1.200 quilômetros quadrados das Colinas de Golã, uma anexação que nunca foi reconhecida pela comunidade internacional.
*Matéria atualizada às 12h55