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Pelo menos 212 pessoas morreram em protestos na Nicarágua, diz OEA

Secretário-geral da OEA, Luis Almagro, afirmou que país vive "uma encruzilhada" e apontou o diálogo e a Justiça como caminhos para buscar a paz

Nicarágua: desde 18 abril, há protestos diários em várias cidades do país (Jorge Cabrera/Reuters)

Nicarágua: desde 18 abril, há protestos diários em várias cidades do país (Jorge Cabrera/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de junho de 2018 às 19h57.

Última atualização em 22 de junho de 2018 às 22h17.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) aprovou hoje (22), em sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, um relatório em que alerta que a crise política na Nicarágua já provocou mais de 212 mortes, 1.337 pessoas feridas e 507 pessoas privadas de liberdade desde 18 de abril até 6 de junho deste ano.

No próximo domingo (24), chegará a Managuá (capital de Nicarágua) o Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) com quatro peritos. Durante a sessão, os presentes homenagearam as vítimas e prestaram solidariedade às famílias e amigos.

O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, afirmou que a Nicarágua vive "uma encruzilhada" e apontou o diálogo e a Justiça como caminhos para buscar a paz no país. Paralelamente, o relatório apresenta 15 recomendações para pacificar a situação.

Desde 18 abril, há protestos diários em várias cidades nicaraguenses. Nas ruas, os embates passaram a ser constantes entre manifestantes e forças policiais. Os manifestantes iniciaram os protestos contra a reforma da Previdência, depois passaram a fazer críticas ao governo do presidente Daniel Ortega, à repressão e violência.

Recomendações

As recomendações incluem sugestões para desarmar os grupos, enviar uma comissão de especialistas independentes ao país "para o esclarecimento da verdade", julgar os responsáveis para que sejam submetidos à Justiça de forma "imparcial" pelos crimes com reparação às famílias das vítimas e, por fim, devem ser realizadas eleições gerais. "São imperiosas as medidas urgentes. Não pode haver mais mortes, feridos nem repressão", disse o secretário geral.

Para a OEA, as eleições gerais devem ser realizadas em um período de 9 a 12 meses. "A política não tem sentido de prevalecer sobre a vontade popular. É a vontade popular que deve prevalecer", afirmou Almagro.

Relatório

De 17 a 21 maio, os especialistas independentes visitaram a Nicarágua e elaboraram a partir daí o relatório, divulgado nesta sexta-feira, incluindo observações de situações recentes. No total, o documento tem 97 páginas. "Devemos dar mais respaldo ao diálogo internacional", reiterou Almagro.

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