Cairo - Pelo menos 18 pessoas morreram neste domingo pela repressão das forças sírias em um dia de greve geral realizada na maior parte das províncias do país, disse à Agência Efe a ativista dos Comitês de Coordenação Local Razan Zeituneh.

De acordo com a ativista, seis pessoas morreram na província de Hama (centro), cinco em Homs (centro), três em Idleb (norte), três nos arredores de Damasco, e outra em Deraa, no sul do país.

Zeituneh, que em outubro foi agraciada com o prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, concedido pelo Parlamento Europeu, explicou que a greve geral convocada neste domingo pelos grupos opositores foi realizada na maior parte das províncias do país, inclusive em áreas que não participaram de convocações anteriores.

Os Comitês informaram que um grande número de veículos blindados invadiu bairros da cidade de Hama, disparando contra civis enquanto aviões de combate sobrevoavam a área.

Entre as vítimas deste dia de enfrentamentos, está uma menor que morreu em Deraa, quando soldados de segurança sitiaram e atacaram uma mesquita. Nesta localidade, um grande número de pistoleiros do regime forçaram a população a voltar ao trabalho.

Acompanhados das forças de segurança, os pistoleiros arrombaram portas e saquearam lojas, enquanto aconteciam enfrentamentos entre as tropas do regime e soldados desertores, afirmaram os Comitês.

Nos arredores de Damasco, a greve foi acompanhada de manifestações e disparos das forças de segurança para dispersar os opositores. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, pelo menos 16 pessoas ficaram feridas por disparos das forças sírias na cidade de Homs.

Já a agência oficial de notícias Sana informou que as autoridades de Idleb enfrentaram um grupo de supostos terroristas que tentava bloquear uma estrada. As forças governamentais mataram um número indeterminado de pessoas e confiscaram dois veículos e diversos artefatos explosivos.

A violência continua na Síria a poucas horas da realização de eleições municipais no país, previstas para segunda-feira. A Liga Árabe anunciou que no próximo sábado os ministros de Relações Exteriores dos países árabes se reunirão no Cairo para discutir a crise no país.