A fábrica produzia munição e fuzis Kalashnikov e a explosão ocorreu durante as manifestações contra o governo Ali Abdullah Saleh (Ahmad Gharabli/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de março de 2011 às 07h45.
Brasília – No Sul do Iêmen, pelo menos 150 pessoas morreram e 80 ficaram feridas ontem (28) em decorrência de uma sequência de explosões em uma fábrica de munição. O vice-governador da província de Abyane, Ahmed Ghaleb Al Rahoui, acusou o grupo terrorista Al Qaeda pelas explosões. Autoridades disseram que os corpos estão sendo retirados.
Médicos informaram que há mulheres e crianças entre os mortos. Um balanço anterior indicava que 76 pessoas tinham morrido devido a essa explosão. As informações são da BBC Brasil e da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.
De acordo com o governador, as vítimas são civis que tinham entrado na fábrica para tentar recuperar armas ou munições um dia depois de integrantes da Al Qaeda terem atacado a unidade e roubado caixas com munição. Os policiais informaram que o comando da Al Qaeda, formado por 30 pessoas, furtou caixas utilizando caminhonetes.
Segundo os médicos, as explosões sacudiram a cidade de Jaar e foram ouvidas a 15 quilômetros de distância. Não ficou claro ainda o que causou as explosões. A fábrica foi tomada por extremistas islâmicos no último domingo (27) em meio a choques com forças do governo.
Localizada na região de Khanfar, próxima à cidade de Jaar, a fábrica produz munição e fuzis Kalashnikov. O Iêmen é alvo há semanas de protestos contra o governo do presidente Ali Abdullah.Os manifestantes reivindicam mudanças políticas, econômicas e sociais. O desemprego no país é de 40% e os preços dos alimentos dispararam.
Paralelamente, há ainda os problemas causados pela insegurança devido às ações de um movimento separatista no Sul do Iêmen e um levante de tribos xiitas no Norte. Há temores de que o país se transforme em refúgio da rede Al Qaeda em decorrência do elevado número de jovens desempregados recrutados por redes extremistas islâmicas.