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Pelo segundo dia, tanques sírios bombardeiam Hama; 4 morrem

Tropas do governo sitiam a cidade síria, para pressionar pelo fim dos protestos contra o governo

Tanques estacionados na cidade de Hama, em imagem de vídeo publicada em uma rede social (Mídia social via Reuters TV)

Tanques estacionados na cidade de Hama, em imagem de vídeo publicada em uma rede social (Mídia social via Reuters TV)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2011 às 15h26.

Amã - Tanques sírios bombardearam nesta segunda-feira, pelo segundo dia consecutivo, a cidade de Hama, cenário de um massacre contra dissidentes em 1982. Pelo menos quatro civis morreram no bairro residencial de Hamidiyah, segundo moradores.

Agora já são 84 mortos pela repressão militar a protestos antigoverno na cidade do centro do país, onde o pai e antecessor do presidente Bashar al Assad combateu com violência, há 29 anos, uma rebelião armada da Irmandade Muçulmana, com saldo de milhares de mortos.

"Ninguém pode sair da cidade porque as tropas e a 'Shabbiha' (milícia pró-Assad) estão atirando aleatoriamente com metralhadoras", disse à Reuters, por telefone, um morador que se identificou como Raed.

Moradores disseram que entre os mortos nesta segunda-feira estava Khaled Adel al Sheikh Mossa, cuja casa foi atingida por um míssil no começo da manhã. O telhado de outra casa desabou, e uma farmácia foi destruída.

Paralelamente, ativistas disseram que tanques sírios invadiram a cidade de Albu Kamal nesta segunda.

Os incidentes coincidem com o início do jejum obrigatório durante o mês islâmico do Ramadã.

A chanceler alemã, Angela Merkel, somou-se ao presidente dos EUA, Barack Obama, nas críticas à repressão contra os protestos na Síria. "Ela pede explicitamente ao presidente Assad que contenha a violência contra o seu próprio povo imediatamente", disse o porta-voz governamental Christoph Steegmans.

A União Europeia estendeu nesta segunda as sanções contra o governo do presidente Assad, com a imposição de congelamento de ativos e proibições de viagens em mais cinco pessoas associadas com a repressão aos dissidentes.


A aprovação formal das medidas veio após o bloco ter acusado a Síria de um "massacre" indiscriminado de civis na cidade de Hama no fim de semana. A chefe de política externa da UE, Catherine Ashton, alertou contra mais medidas "caso a liderança síria insista em seu caminho atual".

Hama, cidade de maioria sunita com 700 mil habitantes, passou um mês cercada pelas forças de segurança de Assad, dominadas pela seita minoritária alauíta, antes da ação militar do domingo.

Durante o Ramadã - quando os muçulmanos jejuam no horário diurno -, existe um maior afluxo de fiéis às mesquitas à noite, e mais protestos podem ocorrer.

Conspiração

Em carta aos militares, Assad disse que a Síria está enfrentando uma conspiração internacional que visa a criar tensões sectárias e "rasgar a Síria em pequenos Estados que compitam para satisfazer aqueles que trabalharam para fatiá-la".

A agência estatal de notícias da Síria disse que os militares entraram em Hama para eliminar grupos armados que aterrorizavam os cidadãos, uma versão qualificada de "absurda" por um diplomata da ONU em Damasco.

A agência disse que oito policiais foram mortos ao "confrontar grupos terroristas armados" em Hama.

Obama se disse chocado com a "horrível" violência do governo sírio contra o seu povo e prometeu trabalhar com outros governos para isolar Assad.

Vários países europeus condenaram a repressão. Itália e Alemanha convocaram uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, mas a Grã-Bretanha descartou uma intervenção militar estrangeira.

O Conselho deve realizar consultas a portas fechadas na segunda-feira, segundo um porta-voz da legação alemã. Rússia e China já haviam expressado resistência a uma condenação à Síria no Conselho, onde ambos têm poder de veto.

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