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Pedido de prisão é um avanço, diz relator da CPI dos Correios

Deputado Osmar Serraglio, do PMDB, elogiou a independência da Procuradoria-Geral da República

Osmar Serraglio, deputado pelo PMDB: "com certeza, já foi um avanço" (ABr)

Osmar Serraglio, deputado pelo PMDB: "com certeza, já foi um avanço" (ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2011 às 20h04.

Última atualização em 23 de fevereiro de 2017 às 15h55.

Brasília – O pedido de prisão de 36 das 40 pessoas apontadas pela CPI dos Correios, em 2006, como participantes no mensalão, um esquema de compra de apoio político no Congresso Nacional, representa um avanço da Justiça brasileira no combate aos crimes de “colarinho branco”. A afirmação é do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), na época relator da comissão e responsável pelo requerimento à Procuradoria-Geral da República de indiciamento dos apontados como envolvidos no esquema, entre eles, o então chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o atual secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto (SP).

Serraglio disse que fica satisfeito, porque não há interferência nas investigações conduzidas pelo Ministério Público. "Neste momento, o procurador Roberto Gurgel terá o mandato renovado, não foi sabatinado pelo Senado, e já atua com independência. Com certeza, já foi um avanço [no combate aos crimes de colarinho branco] , uma melhora absoluta.”

Para o deputado, o julgamento das 36 pessoas denunciadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) será um momento histórico para o país. Ele acredita que, até o fim deste ano ou início de 2012, os ministros do Supremo estarão prontos para julgar os denunciados no esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão.

“No fim do ano, ou no início do ano que vem, o Supremo dedicará dois, três ou quatro dias, com sessões de manhã, de tarde e de noite, dedicado só a isso. Como são muitos os réus, serão muitos advogados, cada um com 20 minutos para falar. Imagina até onde vai isso”, ressaltou Serraglio, para dar a dimensão do julgamento.


Das 40 pessoas inicialmente apontadas como participantes do mensalão, a Procuradoria-Geral da República excluiu quatro: José Janene, ex-deputado do PP, já falecido; Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação, por falta de provas; o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira, que fez acordo com o Ministério Público para não ser processado em troca da prestação de serviços comunitários; e Antônio Lamas, irmão de Jacinto Lamas, um dos operadores do esquema e assessor do secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, na época presidente do PL.

O líder do DEM na Câmara, Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), um dos sub-relatores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, disse esperar que o STF conclua “com rapidez” o julgamento dos indiciados. “A CPI dos Correios merece destaque porque foi a última comissão de inquérito que deu resultado. Daí em diante, o governo passou a manobrar para que as CPIs não tivessem andamento e, agora, com absoluta maioria, impede essa prerrogativa garantida à minoria”, acrescentou.

O presidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), limitou-se a dizer que o procurador Roberto Gurgel cumpriu o prazo que tinha para encaminhar as alegações finais dos pedidos de condenação ao Supremo. Para Sarney, a mensagem que se passa para a opinião pública é de que os processos estão “caminhando”. Segundo ele, ainda “levará algum tempo” para a conclusão e julgamento da ação, uma vez que as pessoas apontadas como integrantes do mensalão farão, agora, sua defesa.

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