O projeto do Centro de Treinamento foi assinado pelo ministro Orlando Silva juntamente com a Unifesp, responsável pela utilização do espaço como centro de pesquisa científica (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 25 de outubro de 2011 às 18h54.
São Paulo - O ministro do Esporte, Orlando Silva, passou por constrangimentos durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, na tarde desta terça-feira. Ele compareceu à Casa para tratar da Lei Geral da Copa, mas assistiu a protestos da oposição e ouviu um pedido direto de Onyx Lorenzoni (DEM-RS): "Pede para sair, ministro. O senhor vai fazer um bem para o país".
Num primeiro momento, Silva se recusou a tratar das denúncias envolvendo a cúpula do ministério, reveladas por VEJA: "Não farei nenhuma digressão política", declarou. A afirmação foi dada em resposta a Otávio Leite (PSDB-RJ), que perguntou: "O senhor é ministro ou está ministro?". A audiência pública durou cerca de quatro horas.
Logo no início da audiência, o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), retirou-se como forma de protesto, depois de se desentender com Renan Filho (PMDB-AL), presidente da Comissão Especial da Lei Geral da Copa. "Eu me retiro dessa palhaçada", bradou Bueno, acusando Renan de agir pela "blindagem da roubalheira do esporte".
Pauderney Avelino (DEM-RN) disse que a própria presença do ministro para tratar da Copa do Mundo era ilegítima, já que Dilma Rousseff teria retirado poderes do comunista. "Acredito que o ministro não pode estar aqui, de acordo com a chefe dele, a presidente da República", disse o parlamentar. Coube a Gilmar Machado (PT-MG) esboçar uma resposta: "O deputado Pauderney Avelino ainda não ganhou eleição para falar em nome do governo". Na tréplica, o potiguar revidou: "Ainda bem que não falo em nome desse governo".
A participação mais incisiva foi a de Onyx Lorenzoni, que listou denúncias contra o ministério, cobrou respostas sobre afirmações feitas por João Dias a VEJA e foi incisivo ao encerrar sua fala: "Pede para sair, ministro". Orlando Silva novamente se recusou a responder.
Os governistas, tímidos na defesa do comunista, não evitaram o constrangimento do mandatário do Esporte – que, com a expressão fechada, esquivou-se da imprensa na chegada à comissão. No encerramento da audiência, Silva comentou sobre sua situação no ministério: "Tenho a serenidade dos justos".