Acordo de paz: visivelmente emocionado, o presidente avaliou que esse "talvez seja o anúncio mais importante" já feito em sua vida (John Vizcaino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2016 às 22h34.
O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc firmarão em 26 de setembro próximo, em Cartagena, o histórico acordo que porá fim a mais de meio século de conflito armado no país - informou o presidente Juan Manuel Santos, nesta sexta-feira (2).
"A paz vai ser assinada em 26 de setembro próximo, aqui em Cartagena", disse Santos, na assembleia da Confederação Colombiana de Câmaras de Comércio, que acontece nessa cidade caribenha colombiana.
Visivelmente emocionado, o presidente avaliou que esse "talvez seja o anúncio mais importante" já feito em sua vida.
Santos destacou que o pacto com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia será selado na "cidade de San Pedro Claver, um defensor dos direitos humanos".
"Em 26 de setembro, em Cartagena, firma-se o Acordo Final deixando firme as bases para iniciar a construção da #Paz #VamosPorLaPaz", tuitou minutos depois o líder da guerrilha, Timoleón Jiménez, o Timochenko.
O governo de Santos e as Farc chegaram ao acordo de paz em 24 de agosto passado, depois de quase quatro anos de negociações em Havana.
Agora, o pacto deve ser assinado por Santos e Timochenko, mas se tornará efetivo apenas se for aprovado pelos colombianos, em um referendo marcado para 2 de outubro.
Como parte do que foi acertado entre a guerrilha e o governo, desde a última segunda-feira (29 de agosto) o cessar-fogo e de hostilidades bilateral e definitivo começou a valer no país.
Hoje, as Farc anunciaram a realização da X Conferência Nacional Guerrilheira, entre 17 e 23 de setembro, para apresentar o acordo a seus membros.
"De 17 a 23 de setembro, faremos a X Conferência, encerrando, assim, o ciclo de discussões da base guerrilheira", tuitou Timochenko.
O evento acontece na zona dos Llanos del Yarí, município de San Vicente del Caguán, outrora bastião da guerrilha, no sul da Colômbia. Participarão 200 delegados, entre eles os 29 membros de seu Estado-Maior Central e 50 convidados nacionais e internacionais.
A Colômbia caminha para pôr fim a um conflito armado de mais de 50 anos, envolvendo guerrilhas, paramilitares, a força pública e grupos de traficantes de drogas. O triste balanço é de mais de 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.