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Paul McCartney se une à campanha de apoio a Pussy Riot

Três integrantes do grupo punk russo podem ser condenadas à prisão por protestarem contra o presidente Putin


	Integrantes da banda punk Pussy Riot sentam por trás das grades no tribunal de Moscou: as três integrantes do Pussy Riot são julgadas desde julho em Moscou
 (©AFP / Natalia Kolesnikova)

Integrantes da banda punk Pussy Riot sentam por trás das grades no tribunal de Moscou: as três integrantes do Pussy Riot são julgadas desde julho em Moscou (©AFP / Natalia Kolesnikova)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2012 às 15h38.

Moscou - O músico britânico Paul McCartney aderiu nesta quinta-feira à campanha de apoio às três integrantes do grupo punk russo Pussy Riot, as quais podem ser condenadas à prisão por causa um protesto contra o presidente russo, Vladimir Putin, realizado em uma catedral de Moscou.

"Queridas Nadia, Katia e Masha. Escrevo para mostrar o meu apoio nestes momentos de dificuldade (...). Acredito que as autoridades russas devam respeitar os princípios da liberdade de expressão para todos os cidadãos e não lhes castigar pelo protesto", assinala a carta de apoio enviada por McCartney e divulgada hoje pelas agências de notícias russas.

"No mundo civilizado, muita gente tem direito de expressar suas opiniões e isto não acarreta em nenhum prejuízo. Estou convencido de que este é o melhor caminho para qualquer sociedade", afirmou o ex-Beatle.

"Espero que sejam fortes. Tenho certeza que muita gente, como eu, acredita na liberdade de expressão e fará tudo o que for possível para apoiar vocês e a ideia da livre expressão artística", completa o músico na mesma carta.

McCartney é o último de uma longa lista de estrelas mundiais da música que expressaram apoio às três jovens, que foram presas no último mês de março após realizar um protesto na catedral de Cristo Salvador de Moscou.

"Madre de Dios, joga a Putin", dizia a canção interpretada pelo grupo punk feminista, a mesma que se transformou em um grande sucesso do YouTube.


O Pussy Riot decidiu realizar o protesto na catedral depois que o patriarca ortodoxo russo, Kirill, pediu voto para Putin às vésperas das eleições presidenciais de março, um fato que indignou não somente as integrantes do grupo, mas toda a oposição.

Durante o julgamento, uma das jovens chegou a afirmar que se trata de um processo político e que se tivessem cantado "Madre de Dios, protege a Putin" não estariam diante dos tribunais.

Durante sua recente apresentação em Moscou, a cantora Madonna, que chegou a usar o gorro característico do Pussy Riot, também pediu abertamente a libertação das três integrantes. Na ocasião, Madonna ainda apareceu como o nome do grupo escrito em suas costas.

"Vladimir Putin deve perdoá-las como artistas, como mulheres e como mães. Elas devem ser libertadas", afirmou a cantora americana ao jornal "Kommersant".

Anteriormente, o grupo americano Red Hot Chilli Peppers também prestou apoio às jovens durante um show na capital russa, campanha que foi imediatamente seguida por Sting, Peter Gabriel, The Who e Bjork, entre outros.

Atos públicos em apoio ao grupo punk russo foram realizados em diversas cidades de todo o mundo. Amanhã, nas imediações do tribunal Jamovniki de Moscou, líderes e partidários da oposição não parlamentar russa também se reunirão para uma grande manifestação. 

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