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Partidos começam negociações para formar próximo governo

Netanyahu reiterou seu desejo de formar uma grande coalizão, que conte com mais de 80 dos 120 deputados da câmara


	 

	O partido trabalhista, as legendas árabes, o comunista Hadash e o pacifista Meretz, não vão participar das negociações e se manterão na oposição
 (Baz Ratner/Reuters)

  O partido trabalhista, as legendas árabes, o comunista Hadash e o pacifista Meretz, não vão participar das negociações e se manterão na oposição (Baz Ratner/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Jerusalém - O Likud Beiteinu, partido vencedor das eleições israelenses, iniciou neste domingo negociações para a formação de um governo que exigirão ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, malabarismos para conseguir seu objetivo de formar uma coalizão 'o mais ampla possível'.

No começo da tarde, os três representantes do Likud Beiteinu e os três do Yesh Atid, segunda força política na Knesset (Parlamento), se reuniram em Ramat Gan (perto de Tel Aviv) para definir o que podem vir a ser as linhas mestras da política do próximo Executivo israelense.

Netanyahu reiterou seu desejo de formar uma grande coalizão, que conte com mais de 80 dos 120 deputados da câmara, e pediu para dialogar inclusive com os partidos que não apoiaram sua candidatura e que anunciaram sua rejeição a entrar no governo.

Hoje participam das negociações o partido Yesh Atid, liderado pelo ex-jornalista Yair Lapid, o grupo nacionalista religioso Habeit Hayehudi (Casa Judia), de Naftali Benet, e o ultra ortodoxo sefardita Shas, parceiro habitual do Likud.

Amanhã será a vez das nagociações com o ultra ortodoxo ashkenazi Judaísmo Unido da Torá e os centristas Hatnuah (de Tzipi Livni) e Kadima - maior força política na Knesset de 2009 e que ficou reduzida a apenas duas cadeiras no atual legislativo.

O partido trabalhista, as legendas árabes, o comunista Hadash e o pacifista Meretz, a princípio, não vão participar das negociações e se manterão na oposição.

O principal problema de Netanyahu para conseguir a grande maioria que deseja será conciliar as diferenças entre os ultra ortodoxos e o centrista Yesh Atid, cujo programa tem como ponto principal 'dividir a carga do Estado', um eufemismo para se referir à eliminação de subvenções aos religiosos e sua incorporação ao serviço militar, obrigatório para o resto da população.

Outros obstáculos são as diferenças programáticas entre o Yesh Atid e o Habeit Hayehudi quanto à forma de 'dividir a carga' e melhorar a situação da classe média, sufocada pelo contínuo aumento do custo de vida.

As posições destes dois partidos também diferem muito no que diz respeito ao processo de paz com os palestinos, que a legenda de Lapid considera imprescindível reiniciar, enquanto a de Benet, que apoia a colonização dos territórios palestinos, não dá nem credibilidade ou prioridade.

A escalação dos ministérios também não será fácil, principalmente com a anunciada pretensão do Yesh Atid de reduzir o gabinete dos atuais 30 ministros a apenas 18, um número que pode acabar em 23.

Outras reivindicações de Lapid são a reforma do sistema de governo, o aumento dos investimentos em educação e a redução do preço dos imóveis.

O jornal 'Maariv' informou hoje que o ultra-ortodoxo Judaísmo Unido da Torá enviou uma mensagem à Casa Judia para tentar resistir à influência do Yesh Atid na coalizão: 'ajudem-nos a proteger os yesivás (seminários talmúdicos, cujos alunos recebem subvenções e estão isentos do serviço militar) e os ajudaremos a proteger as colônias (em território palestino ocupado)'.

As grandes diferenças com Lapid podem deixar os partidos ultra-ortodoxos de fora do governo, embora a facção de Netanyahu não pareça disposta a abrir mão de seus tradicionais aliados.

Apesar das dificuldades de aproximar grandes diferenças programáticas e ideológicas, Netanyahu pediu na manhã deste domingo aos diversos grupos a fazer um esforço de unidade pelo bem nacional.

'Chamei as facções do Knesset para que se unam a mim em um governo de união nacional o mais amplo possível (...) em um momento decisivo de nossa história', disse o primeiro-ministro, segundo um comunicado de seu escritório.

A 'missão suprema' que o novo executivo israelense terá, anunciou, será 'impedir o Irã de ter armas nucleares'.

Outros três objetivos para o primeiro ano de governo são aprovar um orçamento e reformas que permitam reduzir o custo de vida, aumentar a igualdade ao compartilhar as cargas 'sem causar uma divisão na nação' e avançar em processo de paz 'diplomático realista e responsável'.

Segundo Netanyahu, 'só com uma ampla união de forças será possível fazer frente a estas tarefas e garantir o futuro do Estado de Israel'. EFE

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