Mundo

Partidos buscam vantagem diante de "abismo fiscal" iminente

Norte-americanos, porém, acreditam mais no presidente democrata do que nos republicanos, mostrou pesquisa

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 20h46.

Washington - À medida que se aproxima o fim do prazo, as discussões sobre o abismo fiscal norte-americano se concentraram nesta quinta-feira em uma disputa renovada sobre aumento do teto de endividamento dos Estados Unidos, enquanto democratas e republicanos buscavam uma vantagem política e de relações públicas.

Uma ampla disputa partidária processual irrompeu no Senado norte-americano quando republicanos propuseram uma votação sobre o teto da dívida, em um aparente esforço para reposicionar o debate em termos mais favoráveis e, assim, ganhar alguma vantagem.

Os republicanos expressaram preocupações pública e reservadamente ao longo de toda a semana de que estavam perdendo o conflito de aparências na batalha sobre o abismo fiscal, combinação de aumentos de impostos e cortes de gastos que valerá automaticamente no começo do próximo ano, a menos que o Congresso consiga aprovar uma lei que o evite.

Nesta quinta-feira, uma nova pesquisa foi divulgada mostrando que os republicanos devem ter, sim, razões para se preocupar.

O levantamento da Quinnipiac University evidenciou que os entrevistados acreditam mais no presidente norte-americano, o democrata Barack Obama, e em seus correligionários do que nos republicanos nas conversas sobre o abismo fiscal, e por uma ampla margem de diferença: 53 por cento a 36 por cento.


Enquanto isso, Obama testava suas forças em mais uma série de eventos públicos similares aos que tem usado contra os republicanos na disputa sobre o abismo fiscal: reuniões com autoridades preocupadas com a situação seguidas por uma visita ao subúrbio em Washington para ilustrar como as propostas tributárias dos republicanos prejudicariam a classe média.

Já em relação a avanços nas negociações entre republicanos e democratas, nada é imediatamente visível.

A Casa Branca confirmou que houve uma conversa por telefone sobre o tema entre Obama e o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, na quarta-feira. Mas nenhum dos dois lados sugeriram ou caracterizaram a conversa como parte da abertura de uma novo espaço para compromissos.

Obama e os democratas no Congresso querem que as desonerações fiscais que vão expirar no fim do ano sejam estendidas para contribuintes com renda anual inferior a 250 mil dólares, mas não para os 2 por cento dos norte-americanos mais ricos.

Em troca, o presidente afirmou que pretende considerar cortes de gastos significativos pretendidos por republicanos para programas públicos como o Medicare, de assistência de saúde a idosos.

Os republicanos estão esperando uma extensão de todas as desonerações fiscais, mas têm se dividido mais nas últimas duas semanas sobre se podem prevalecer diante da postura firme de Obama e o controle republicano apenas da Câmara dos Deputados, mas não do Senado.


TETO DA DÍVIDA

O assunto do teto para endividamento, o mesmo que provocou disputas em 2011 que levaram a um rebaixamento do rating de crédito do país, acabou entrelaçado ao debate do abismo fiscal nas últimas três semanas, em parte por conta da insistência de Obama de que o Congresso dê ao Executivo maior poder para elevar o limite para a dívida, que necessita ser novamente aumentado em 2013.

"Isso deve ser feito sem demora e sem drama", afirmou nesta quinta-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, sobre a ampliação do teto de endividamento.

O líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, reagiu às declarações de Carney afirmando que nem mesmo os democratas apoiariam dar a Obama mais flexibilidade e que os republicanos têm pressionado em busca de uma votação no Senado que prove isso.

Quando o líder da maioria no Senado, Harry Reid, foi além e agendou uma votação para esta quinta-feira, confiante de que contava com apoio suficiente para vencer, os republicanos então voltaram atrás, com McConnell pedindo que 60 votos fossem exigidos para a aprovação, mais do que os democratas podem reunir.

Nenhuma nova votação foi marcada. Embora a iniciativa possa surgir novamente, por ora ela está descartada.

Acompanhe tudo sobre:abismo-fiscalBarack ObamaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

EUA negocia acordo para que seus navios de guerra não paguem pedágio no canal do Panamá

República Dominicana encerra buscas nos escombros de casa noturna com ao menos 124 mortos

Cúpula da Celac termina sem consenso por não adesão da Argentina de Milei, Paraguai e Nicarágua

Milei enfrenta terceira greve geral na Argentina, à espera de acordo com FMI