Portugal: integrantes do Partido Popular Monárquico afirmam que a cúpula portuguesa controlou e manipulou todo o processo de integração do país ao bloco (AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2016 às 11h44.
O Partido Popular Monárquico (PPM) defendeu hoje (25) a realização de um referendo em Portugal sobre o processo de integração na União Europeia (UE), argumentando que "quase todos os povos europeus já foram chamados a se pronunciar.
"A integração de Portugal à União Europeia nunca foi aprovada diretamente pelo povo português. Portugal constitui exceção chocante no contexto de uma Europa em que quase todos os povos europeus já foram chamados a se pronunciar sobre o processo de integração dos seus países", destacou, em nota, o presidente da comissão política nacional do PPM, Paulo Estêvão.
Integrantes do partido afirmam que a cúpula portuguesa controlou e manipulou todo o processo de integração do país ao bloco, “usurpando a soberania popular". O PPM considera a união monetária um erro “de enormes proporções”, assim como atribuiu a essa decisão a “paulatina destruição da agricultura, pesca e indústria” do país.
"O resultado de tudo isso é que Portugal é hoje um dos países com uma das maiores dívidas externas do mundo", afirma Estêvão. "Os ingleses - mas não os escoceses e os irlandeses - votaram a favor da saída da União Europeia. Apesar de terem sido submetidos a uma campanha de forte intimidação psicológica, os ingleses revelaram, uma vez mais, que são um povo tremendamente obstinado", destaca.
Na nota, Paulo Estêvão afirma ainda que a resposta europeia à decisão dos britânicos será “o reforço da integração política dos demais membros da União Europeia", o que, na sua opinião, reforça a necessidade da realização de um referendo sobre a posição de Portugal.
Os eleitores britânicos decidiram, na quinta-feira (23) que o Reino Unido vai sair da União Europeia, depois de o Brexit - união das palavras Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída, em inglês) - ter conquistado 51,9% dos votos no referendo. Com o resultado, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que deixará o cargo em outubro.