Netanyahu discursa: a saída do Kadima do Executivo poderia precipitar as eleições gerais em Israel (©AFP / Baz Ratner)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2012 às 16h35.
Jerusalém - A facção parlamentar do Kadima, partido com o maior número de deputados do Parlamento israelense, concordou, em reunião nesta terça-feira, em desfazer a aliança com a coalizão governamental, à qual se uniu há pouco mais de dois meses.
Apenas quatro dos 28 integrantes do partido não se mostraram a favor de abandonar a macro-coalizão, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, informou o site do jornal "Yedioth Ahronoth".
A votação aconteceu depois que o presidente do Kadima e atual vice-primeiro-ministro, Shaul Mofaz, solicitou uma reunião de emergência com o grupo. "Lamento muito (...), mas não tem outra solução a não ser sair do governo", disse.
A câmara do país conta com 120 lugares, e a aliança entre os dois partidos foi formada justamente para contar com mais cadeiras no Parlamento, formando uma macro-coalizão ocupante de 94 lugares. Porém, nas últimas semanas, a aliança sofreu um deterioração por conta do debate de prestação de serviço militar obrigatório por parte dos judeus ultra ortodoxos.
A Corte Suprema declarou recentemente inconstitucional a norma que eximia os ultra ortodoxos de prestar o serviço, o que obrigou o Governo a buscar alternativas.
Netanyahu, atado por sua proximidade com os partidos religiosos, propunha uma lei "light" que permitisse aos ultraortodoxos não se incorporar ao exército até os 23 anos, enquanto o Kadima exigia que servissem, como os demais, aos 18 anos.
"Não foi fácil entrar (na coalizão liderada pelo primeiro- ministro israelense, Benjamin Netanyahu), paguei um preço político pessoal, mas este assunto é fundamental e não há outra opção do que abandonar a coalizão. Qualquer concessão danificaria a imagem do Kadima", disse.
Os dois principais partidos tentaram negociar, mas o Kadima anunciou nesta terça-feira, em comunicado, que as conversas fracassaram e não levaram a um acordo sobre o que denomina "uma distribuição igualitária da carga" do Estado.
A saída do Kadima do Executivo poderia precipitar as eleições gerais em Israel. Netanyahu tinha chamado em maio a eleições antecipadas e enviado ao Parlamento a lei que convocava o pleito para o próximo 4 de setembro, mas a iniciativa se freou na Câmara após o anúncio surpresa do pacto com Kadima.