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Partido Democrata italiano supera divisão com "não" unânime a M5S

Reunião aconteceu após polêmica sobre influência do ex-secretário-geral Matteo Renzi, após ele antecipar seu desejo de que o PD desse as costas ao M5S.

Itália: presidente Sergio Martarella convocou nova rodada de consultas (Palácio Presidencial Italiano/Divulgação/Reuters)

Itália: presidente Sergio Martarella convocou nova rodada de consultas (Palácio Presidencial Italiano/Divulgação/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de maio de 2018 às 20h19.

O Partido Democrata (PD) da Itália superou nesta quinta-feira suas divisões internas ao concordar unanimemente uma recusa a abrir uma negociação para formar governo com o Movimento 5 Estrelas (M5S), vencedor das eleições do último dia 4 de março.

Dois meses depois daqueles pleitos gerais nos quais ninguém obteve uma maioria, o bloqueio prossegue na Itália e o chefe de Estado, Sergio Mattarella, convocou hoje uma nova rodada de consultas com os partidos para a próxima segunda-feira para tentar formar um Executivo.

Toda a atenção esteve focada hoje na Executiva na qual o PD (centro-esquerda) deveria decidir se iniciaria uma negociação para apoiar um governo do M5S, que já fracassou na sua tentativa prévia com a ultradireitista Liga Norte (LN), e a resposta foi "não".

A reunião da Executiva aconteceu após vários dias de polêmica sobre a influência do ex-secretário-geral Matteo Renzi, após sua participação em um programa transmitido pela televisão no domingo, no qual atencipou seu desejo de que o PD desse as costas ao M5S.

Renzi opinou então que o PD devia fazer oposição e desafiou os ganhadores, o M5S e a coalizão de direita, a governar ou a permitir um Executivo temporário enquanto o novo parlamento reforma a lei eleitoral para permitir uma repartição de cadeiras diferente .

Suas palavras foram entendidas como uma mensagem para as centenas de membros da Executiva que ainda lhe são leais e alguns dos partidários do PD de pactuar com o M5S para impedir a chegada da direita ao governo criticaram sua enorme influência.

No entanto, o secretário-geral interino, Maurizio Martina, que sucedeu Renzi após sua renúncia devido à derrota eleitoral, falou perante seus correligionários para pedir uma refundação do partido e, sobretudo, para descartar um apoio ao líder do M5S, Luigi di Maio.

Além disso, solicitou o apoio dos seus companheiros de fileiras para guiar o partido até que se convoque um congresso que eleja um novo líder, um período no qual a legenda deverá analisar com profundidade as causas de seus múltiplos problemas.

Para saber se a Executiva estava a favor das suas abordagens o discurso de Martina foi submetido à votação e acabou sendo aprovado por unanimidade por seus 214 integrantes, entre eles o próprio Renzi.

Após sua aprovação, o primeiro-ministro, Paolo Gentiloni, do PD, elogiou no Twitter a unidade do seu partido: "A Executiva foi unânime na confiança a Martina. Mais força ao PD para enfrentar os episódios difíceis das próximas semanas", escreveu.

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