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Partido de Mugabe se reunirá para debater moção de censura

Discussão deve ocorrer após expirar o prazo que tinham lhe dado para renunciar, sem que o governante tenha se pronunciado

Robert Mugabe: depois de destituir Mugabe ontem da liderança do partido, a ZANU-PF estabeleceu um prazo até as 12h (8h) de hoje para que o presidente apresentasse sua renúncia (Mike Hutchings/Reuters)

Robert Mugabe: depois de destituir Mugabe ontem da liderança do partido, a ZANU-PF estabeleceu um prazo até as 12h (8h) de hoje para que o presidente apresentasse sua renúncia (Mike Hutchings/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 10h26.

Harare, Zimbábue - O partido do presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, se reunirá nesta segunda-feira para propor a apresentação de uma moção de censura contra ele depois que expirou o prazo que tinham lhe dado para renunciar, sem que o governante tenha se pronunciado, informou a imprensa local.

O chefe do grupo parlamentar da União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF), Lovemore Matuke, convocou uma reunião para as 16h (horário local, 12h de Brasília), segundo o portal "The Source".

Depois de destituir Mugabe ontem da liderança do partido, a ZANU-PF estabeleceu um prazo até as 12h (8h) de hoje para que o presidente apresentasse sua renúncia.

No entanto, o ainda chefe de Estado, de 93 anos, não só não renunciou em discurso televisionado ontem à noite, como pediu uma "volta à normalidade" e anunciou que presidiria o congresso da ZANU-PF de dezembro, no qual a legenda confirmará a nomeação do ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa como líder e candidato para as eleições presidenciais de 2018.

Embora todas as informações indicassem que Mugabe - que está há 37 anos no poder - renunciaria ontem após negociar com os militares que o mantêm retido em sua residência desde terça-feira, o presidente tentou projetar uma mensagem de normalidade e assegurou que "leva em conta" as queixas de diferentes camadas da sociedade.

O levante militar aconteceu na madrugada de terça para quarta-feira, e os analistas apontam que o estopim foi a destituição de Mnangagwa, forçada pela primeira-dama, Grace Mugabe, e os ministros que apoiavam sua ambição de se transformar na sucessora de seu marido no poder.

Nesse sentido, as forças armadas negaram que se tratasse de um golpe de Estado e asseguraram que suas operações tinham como objetivo "levar perante a Justiça os criminosos" do entorno do presidente, e detiveram vários ministros até o momento.

Tanto Grace Mugabe como seus aliados foram expulsos ontem da ZANU-PF após uma reunião de seu Comitê Central.

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