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Partido de Mugabe lança ultimato e exige renúncia do presidente

O partido não só destituiu Mugabe (no poder desde 1980) como líder, como também designou o ex-vice-presidente como sucessor

Tanque do Exército nas ruas de Harare: A previsão é que os altos comandantes militares tenham hoje uma nova reunião com o presidente (Philimon Bulawayo/Reuters)

Tanque do Exército nas ruas de Harare: A previsão é que os altos comandantes militares tenham hoje uma nova reunião com o presidente (Philimon Bulawayo/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de novembro de 2017 às 12h41.

Harare - A governante União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF), o partido fundado por Robert Mugabe, deu neste domingo um ultimato ao presidente para que renuncie antes de amanhã ou lhe submeterá a uma moção de censura no parlamento.

Após destitui-lo da liderança da legenda, o Comitê Central da ZANU-PF, reunido em uma sessão extraordinária na capital Harare, lhe deram como prazo até o meio-dia de amanhã para apresentar sua renúncia, segundo informa o jornal local "The Standard".

Os procedimentos parlamentares seriam realizados na terça-feira caso não haja uma resposta satisfatória.

Na reunião de hoje, o partido não só destituiu Mugabe (de 93 anos e no poder desde 1980) como líder do partido, como também designou o ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa como seu sucessor.

Além disso, expulsou a primeira-dama, Grace Mugabe, e vários dos seus aliados, entre eles o ministro de Educação Superior, Jonathan Moyo, e o de Finanças, Ignatius Chombo.

O Comitê Central é o órgão encarregado de tomar as decisões na ZANU-PF e a sessão de hoje tinha sido convocada a pedido dos comitês estaduais, que na sexta-feira passada rejeitaram publicamente a continuidade de Mugabe, não só à frente do partido, mas também do governo.

Oito dos dez Comitês Coordenadores Estaduais da ZANU-PF concordaram em que Mugabe perdeu o controle do partido e do governo devido a uma "incapacidade" derivada da sua idade avançada e lamentaram que tenha permitido a formação de fações internas.

Os militares tomaram o controle do país na noite entre terça e quarta-feira e, em mensagem transmitida de madrugada na televisão nacional, explicaram que não se tratava de um golpe contra o presidente, mas de uma operação contra "criminosos" do seu entorno.

A previsão é que os altos comandantes militares tenham hoje uma nova reunião com o presidente para conseguir um acordo de renúncia voluntária que ponha fim à crise de uma forma constitucional.

As forças armadas tentam assim reforçar a ideia que não se trata de um golpe de Estado, algo que seria rejeitado pela comunidade internacional.

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