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Partido de Mandela começa novo governo pressionado na África do Sul

Liderado por Cyril Ramaphosa, ACN tem que lidar com escândalos de corrupção e desemprego que passa dos 27%

Cyril Ramaphosa: novo primeiro-ministro terá que usar seu capital político para recuperar a imagem do partido (Sumaya Hisham/Reuters)

Cyril Ramaphosa: novo primeiro-ministro terá que usar seu capital político para recuperar a imagem do partido (Sumaya Hisham/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2019 às 05h56.

Última atualização em 22 de maio de 2019 às 06h38.

O partido Congresso Nacional Africano (ACN) tem uma nova chance de se provar para o povo da África do Sul. Nesta quarta-feira, 22, os parlamentares eleito no último dia 8 de maio tomam posse e Cyril Ramaphosa, da ACN, assume como primeiro-ministro. Seu partido, que tem maioria no Parlamento há seis eleições consecutivas, viu sua taxa de votos cair para menos de 60% pela primeira vez na história. A partir de agora, Ramaphosa e o partido devem tentar reconquistar a confiança dos sul-africanos.

Nas eleições, metade dos adultos do país não foram votar. O resultado só não foi pior para o ACN, partido de Nelson Mandela, que lidera o país depois do apartheid há 25 anos, graças à figura carismática de Ramaphosa. Algumas pesquisas antes do pleito mostraram que os sul-africanos o admiram mais do que o partido em si, ainda que o presidente seja eleito pelo Parlamento.

Com o mandato sendo consolidado nesta quarta, Ramaphosa terá uma chance de provar ao povo, desiludido com a política, de que a ACN ainda é a melhor opção. Para isso, terá que, primeiro, resolver a questão da corrupção dentro do partido. O governo de Jacob Zuma, que o precedeu de 2009 a 2018, foi acusado de subverter instituições e empresas estatais para seu próprio favorecimento.

Ramaphosa já começou a fazer mudanças. Primeiro, removeu Nomvula Mokonyane do Ministério do Meio Ambiente, já que ele havia sido acusado de aceitar subornos durante um processo judicial. Thandi Modise também foi apontado como presidente do Parlamento, substituindo Baleka Mbete, e Pemmy Majodina assume como líder do governo na Casa, no lugar de Jackson Mthembu. Os dois políticos que deixaram suas posições, Mbete e Mthembu, devem assumir ministérios, pois são antigos aliados do novo líder.

A economia nacional também precisará de atenção do primeiro-ministro. Segundo dados de maio divulgados pela publicação britânica The Economist, a taxa de desemprego no país subiu de 27,1% para 27,6% no primeiro trimestre. No período, a empresa estatal de energia,a Eskom, falhou e provocou o maior apagão da história do país.

Se conseguir combater a corrupção e melhorar a situação econômica durante o começo de seu governo, Ramaphosa poderá reanimar a esperança do povo sul-africano e recuperar a popularidade de seu partido. Desafios não faltam.

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