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Partido de ultradireita sai na frente na França; coalizão de Macron está em terceiro

O Rassemblement National (RN), de Marine Le Pen, obteve 34,2% dos votos, indicam pesquisas de boca de urna

Marine Le Pen ao votar neste domingo, 30 (AFP/AFP)

Marine Le Pen ao votar neste domingo, 30 (AFP/AFP)

Publicado em 30 de junho de 2024 às 15h51.

Última atualização em 30 de junho de 2024 às 16h01.

Em um primeiro turno das eleições legislativas antecipadas da França marcado comparecimento recorde neste domingo, 30, é a extrema direita francesa que celebra com as primeiras estimativas.

Os números indicam que o Rassemblement National (RN) obteve 34,2% dos votos. O grupo é capitaneado por Marine Le Pen, conhecida política francesa, e defende políticas contra a imigração. Em segundo lugar está a Nouveau Front Populaire, uma coalizão de partidos e movimentos de esquerda, com 29,1% para a Nouveau Front populaire, a NFP.

O grupo liderado pelo presidente Emmanuel Macron aparece com 21,5% dos votos.

As eleições legislativas foram atencipadas por Macron em 9 de junho, após a vitória contundente do RN nas eleições europeias na França. Agora, o presidente corre o risco de compartilhar o poder com um governo de ideologia política diferente, a menos de um mês do início dos Jogos Olímpicos de Paris.

Qual é a proposta do Rassemblement National (RN)

O partido de extrema-direita propõe Jordan Bardella, de 28 anos, como candidato a primeiro-ministro se obtiver a maioria absoluta, com um programa que busca limitar a imigração, impor "autoridade" nas escolas e reduzir as contas de luz das famílias.

Pesquisa da Ipsos, publicada na sexta-feira, 28, indicava que o grupo tinha 36% das intenções de voto, seguido pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 29%) e pela aliança de centro-direita do presidente Emmanuel Macron (20%).

O resultado após o segundo turno é, no entanto, incerto devido ao próprio sistema eleitoral: os 577 deputados são eleitos em círculos eleitorais uninominais, com sistema majoritário em dois turnos.

Risco

Na reta final, os rivais do RN tentaram alertar para o risco de chegada ao poder da extrema-direita. O grupo tem feito esforços na última década para moderar a imagem herdada de seu fundador Jean-Marie Le Pen, conhecido por seus comentários racistas.

"Ceder-lhe qualquer poder significa nada menos do que correr o risco de ver como tudo o que foi construído e conquistado ao longo de mais de dois séculos e meio se desfaça gradualmente", alertou o jornal Le Monde.

Durante a marcha do Orgulho LGBTQIAPN+, que reuniu dezenas de milhares de pessoas em Paris no sábado, muitos também carregaram faixas contra a extrema direita. "Agora é ainda mais importante combater o ódio em geral, em todas as suas formas", disse Themis Hallin-Mallet, estudante de 19 anos.

Socialistas, comunistas e ambientalistas, aliados do partido radical A França Insubmissa (LFI) na coalizão de esquerda NFP, já avisaram que retirarão os seus candidatos no segundo turno, caso fiquem na terceira posição, para dar ao candidato oficial mais chances contra a extrema-direita.

Sob pressão para adotar uma política semelhante em relação às forças de esquerda, Macron, cuja popularidade caiu devido às eleições antecipadas e que reunirá o seu governo na segunda-feira, deu a entender que o seu slogan de voto será não votar nos "extremos" representados, na sua opinião, por RN e LFI.

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