Mundo

Partido de Capriles não participará de eleições "fraudulentas"

O partido apoia formação de uma "Frente Ampla" que inclua todos os setores da sociedade venezuelana que já manifestaram rejeição à "farsa eleitoral"

Venezuela: o partido de Capriles e do ex-presidente do Parlamento venezuelano Julio Borges afirmou que manterá uma "luta dentro e fora do país para conseguir uma mudança política em eleições livres" (Juan Carlos Ulate/Reuters)

Venezuela: o partido de Capriles e do ex-presidente do Parlamento venezuelano Julio Borges afirmou que manterá uma "luta dentro e fora do país para conseguir uma mudança política em eleições livres" (Juan Carlos Ulate/Reuters)

E

EFE

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 18h10.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2018 às 18h11.

Caracas - O partido opositor venezuelano Primeiro Justiça (PJ), do ex-candidato presidencial Henrique Capriles, anunciou nesta terça-feira que não participará das eleições de 22 de abril por considerar que o pleito será "fraudulento" por não oferecer condições justas.

"Com base na negativa reiterada do governo nacional a conceder as garantias para eleições livres e democráticas estabelecidas na Constituição, decidimos não participar de tal processo fraudulento", diz um comunicado do grupo político.

O partido apoia formação de uma "Frente Ampla" que inclua todos os setores da sociedade venezuelana que já manifestaram rejeição à "farsa eleitoral" para exigir que sejam dadas as garantias estabelecidas na Constituição para que uma eleição seja justa e transparente.

"Hoje em dia, na Venezuela, não existem as condições necessárias para uma eleição presidencial. Ninguém nos tirará do caminho democrático, mas nunca nos prestaremos a fazer jogo de uma ditadura que só se importa em permanecer no poder às custas do sofrimento do povo venezuelano", justifica o texto.

O partido de Capriles e do ex-presidente do Parlamento venezuelano Julio Borges afirmou que manterá uma "luta dentro e fora do país para conseguir uma mudança política em eleições livres".

O Vontade Popular (VP), partido opositor liderado por Leopoldo López, que cumpre prisão domiciliar, informou na semana passada que "não revalidará a fraude eleitoral" das eleições presidenciais de 22 de abril e que, por isso, não apresentará nem apoiará candidato algum.

PJ e VP são dois dos quatro principais integrantes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que até agora não anunciou uma decisão conjunta sobre as eleições.

Os outros partidos fortes da MUD são Ação Democrática (AD) e Um Novo Tempo (UNT), que até o momento se mantêm em silêncio sobre o assunto.

Pelo menos três dirigentes opositores expressaram a intenção de se candidatarem para enfrentar o presidente Nicolás Maduro, que pretende se reeleger. São eles Claudio Fermín - que na juventude pertenceu à AD -, o pastor evangélico Javier Bertucci e o empresário Luis Alejandro Ratti, todos sem organização política que apoie suas candidaturas.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesVenezuela

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia