Brexit: Johnson enfrenta resistência para deixar a UE mesmo sem acordo (Ben Pruchnie/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de setembro de 2019 às 12h37.
Última atualização em 3 de setembro de 2019 às 13h36.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perdeu a maioria no Parlamento do Reino Unido enquanto ele discursava para os deputados sobre seus planos para o Brexit nesta terça-feira, 3. Enquanto Johnson discursava, o deputado Philip Lee deixou a bancada do Partido Conservador, cruzou o salão e se sentou ao lado dos liberais democratas.
A coalizão governista, formada pelos conservadores e pelo partido unionista da Irlanda do Norte, DUP, tinha uma maioria de apenas uma cadeira na Casa - 322 deputados, contra 321 das outras siglas somadas.
A mudança inverteu o placar e Boris pode ser derrubado do cargo.
Ainda nesta terça-feira, por volta das 18h30 no horário britânico, 14h30 no horário de Brasília, o Parlamento vai discutir uma lei para impedir a saída do Reino Unido da União Europeia sem um acordo. A votação do projeto, no entanto, só aconteceria na quarta-feira, 4.
Apesar de não ter maioria, Johnson ainda é o primeiro-ministro. Ele só sairá do cargo caso o Parlamento aprove um voto de desconfiança contra ele.
Quem tem poder para chamar essa votação é o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, mas não há garantia de que ele fará isso.
Corbyn pertence a ala mais à esquerda do partido, pode não ter o apoio dos parlamentares centristas, principalmente dos liberais democratas, para se tornar o premiê.
Caso Boris perca o voto de desconfiança e o Parlamento não consiga aprovar outro nome para o cargo em 14 dias, novas eleições gerais são convocadas automaticamente.
A tendência é que Corbyn não chame o voto até ter os votos suficientes para se tornar premiê. Analistas afirmam que é mais provável que a oposição, agora com maioria, vote o projeto para impedir a saída sem acordo, e adie o Brexit novamente.