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Partido conservador expulsa três membros nomeados por Macron

De acordo com um porta-voz, o o partido Os Republicano tem "diferenças muito claras" com Macron, e que defenderá sua posição

Macron: o dirigente dos Republicanos acusou o presidente francês de "alimentar a ambiguidade do debate democrático" (Fabrizio Bensch/Reuters)

Macron: o dirigente dos Republicanos acusou o presidente francês de "alimentar a ambiguidade do debate democrático" (Fabrizio Bensch/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de maio de 2017 às 15h44.

Paris - O partido conservador francês Os Republicanos expulsou de suas fileiras Édouard Philippe, Bruno Le Maire e Gérald Darmanin, nomeados nesta quarta-feira para os cargos de primeiro-ministro, ministro de Economia e ministro da Fazenda, respectivamente, no primeiro Executivo formado pelo presidente Emmanuel Macron.

Em um comunicado, o partido afirma que esses três dirigentes conservadores apostaram por fazer campanha a favor do partido do centrista Macron em detrimento do próprio.

"Já não fazem parte dos Republicanos", indica a nota assinada pelo secretário-geral do partido, Bernard Accoyer.

Em um momento no qual a França "necessita mais do que nunca de coerência e clareza", Accoyer apontou que seu partido tem "diferenças muito claras" com Macron, e que defenderá sua posição durante as eleições legislativas de junho.

O dirigente dos Republicanos acusou o presidente francês de "alimentar a ambiguidade do debate democrático" e "a confusão" relativa às eleições legislativas.

"O presidente procura reduzir o debate democrático a uma alternativa entre seus candidatos e os extremistas", apontou Accoyer.

O novo ministro de Economia reagiu a essa expulsão e afirmou que não romperá o vínculo que o aproxima dos militantes conservadores.

"A França vale mais que os partidos. A França merece algo melhor do que expulsões. A França espera de nós um compromisso total para reencontrar nossa dignidade e nossa grandeza", apontou Le Maire em uma mensagem no Facebook.

A exclusão dos três novos membros do Governo ocorre depois que mais de 120 membros destacados assinaram um documento no qual pediram cooperação com Macron ao considerar que este lhes "estendeu a mão" ao nomear um primeiro-ministro, Édouard Philippe, surgido de suas fileiras.

Desde a esquerda a formação do novo Governo francês também foi criticada.

O mais virulento foi o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, quarto nas passadas eleições presidenciais e candidato às legislativas, que assegurou que trata-se "de um Governo de direita" e com pouca sensibilidade meio ambiental.

Nesse sentido, lamentou a presença como ministro de Ecologia de Nicolas Hulot que, disse, contrasta com o fato de o novo primeiro-ministro, Édouard Philippe, seja "uma figura central do lobby nuclear", em referência a sua passagem pelo grupo Areva.

Mélenchon, que faz campanha para conseguir uma maioria de esquerda na Assembleia Nacional para resistir à política de Macron, criticou também a presença do diretor de uma escola de negócios, Jean-Michel Blanquer, à frente da pasta de Educação.

O primeiro-secretário dos socialistas, Jean-Christophe Cambadelis, foi menos crítico com o Governo e lamentou que, apesar de contar com figuras da esquerda, deixa a economia em mãos de dois políticos conservadores, não esquecendo que esse sensibilidade política é também do primeiro-ministro.

A ultradireitista Frente Nacional de Marine Le Pen assegurou que Macron não cumpriu com seu compromisso de "renovação" e nem escolheu as figuras mais competentes para os postos, além de qualificar o Governo de "reunião de velhas glórias" que "já mostraram sua incompetência".

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