Dirigentes do Partido Comunista chinês em coletiva para a imprensa antes da abertura do 18.º Congresso do Partido Comunista (REUTERS World)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2012 às 11h17.
Pequim - A maior ameaça à sobrevivência do Partido Comunista da China vem da cúpula da organização, disse um dos principais dirigentes que participam do congresso que definirá a mais ampla troca de comando no país em dez anos. "O sistema tem de restringir e regular nossas atividades e fortalecer a fiscalização", declarou Sun Jiacheng, vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, entidade de aconselhamento do governo e do parlamento.
"O caso de Bo Xilai disparou o alarme para que nós retenhamos nossa pureza, determinação e unidade nos altos escalões do partido", afirmou Sun durante discussão aberta à imprensa, segundo relato da agência de notícias Reuters.
Prefeito da megacidade de Chongqing até setembro, quando foi afastado, Bo Xilai foi o centro do maior escândalo da história recente do Partido Comunista chinês. O ex-chefe de polícia da cidade e braço direito de Bo, Wang Lijun, refugiou-se no consulado dos Estados Unidos na cidade de Chengdu e acusou seu aliado de corrupção.
Wang também acusou a mulher do líder, Gu Kailai, de ter assassinado o empresário britânico Neil Heywood em 2011. Bo, que sabia do crime e o acobertou, foi então retirado do poder. Posteriormente, foi deposto, expulso do partido e, agora, está detido aguardando julgamento por corrupção e abuso de poder. Gu foi sentenciada à pena de morte, convertida em prisão perpétua. Bo Xilai era um nome em ascensão dentro do partido e tinha grandes chances de ser escolhido para compor o Politburo que será escolhido durante o atual congresso.
Sem menção específica, o escândalo foi um dos pontos de destaque do discurso do presidente chinês, Hu Jintao, na abertura do 18.º Congresso do Partido Comunista, na quinta-feira. Hu, que deixará o poder ao final do encontro e passará o cargo de secretário-geral do partido ao atual vice-presidente Xi Jinping, disse que o novo governo deve lutar para que o poder seja exercido "de uma maneira transparente". Hu Jintao também fez um apelo à unidade interna do partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.