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Participantes do G20 chegam a consenso sobre clima

Após duras negociações, países do G20 prometeram "ação forte e eficaz" em favor do clima, chamando para o financiamento do Fundo Verde das Nações Unidas


	Encontro do G20, em Brisbane, na Austrália: depois de uma "guerra de trincheiras", os países mais ricos do mundo finalmente concordaram em apoiar uma "ação forte eficaz para lidar com as mudanças climáticas"
 (Getty Images)

Encontro do G20, em Brisbane, na Austrália: depois de uma "guerra de trincheiras", os países mais ricos do mundo finalmente concordaram em apoiar uma "ação forte eficaz para lidar com as mudanças climáticas" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2014 às 11h04.

Os países do G20 foram capazes de se entender neste domingo, após duras negociações, prometendo uma "ação forte e eficaz" em favor do clima, chamando para o financiamento do Fundo Verde das Nações Unidas.

No entanto, uma referência ao clima no comunicado final da cúpula não deverá ocorrer após dois dias de discussões em Brisbane, Austrália, país inicialmente oposto a qualquer menção ao assunto, bem como a Arábia Saudita, de acordo com uma fonte próxima às negociações.

Mas depois de uma "guerra de trincheiras", nas palavras de um diplomata europeu, e avanços nas negociações, os países mais ricos do mundo, finalmente concordaram em apoiar uma "ação forte eficaz para lidar com as mudanças climáticas".

Os países do G20 também reafirmaram seu "apoio à mobilização de recursos financeiros para a adaptação" dos países mais afetados pelas mudanças climáticas, tais como o Fundo Verde da ONU para ajudar os países pobres mais vulneráveis sem, contudo, mencionar números.

Membro do G20, a França incitou a menção do Fundo Verde na declaração final, considerando "ser um fator de encorajamento à participação" na luta contra as mudanças climáticas.

Mas, para ser "verdadeiramente exemplar e mobilizar plenamente os seus parceiros" antes da cúpula do clima em 2015, em Paris, uma autoridade francesa da ONG Oxfam ressaltou que a "França deve urgentemente esclarecer a natureza de sua própria promessa de 1 bilhão de dólares para o Fundo".

Os países do G20 também prometeram trabalhar "juntos para adotar com sucesso um protocolo, ou para organizar um resultado juridicamente vinculativo no âmbito da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) aplicável a todas as partes" na conferência do clima em Paris no próximo ano.

Maior desafio

Esta iniciativa sobre o clima ocorre após a promessa no domingo por parte do Japão de contribuir com até 1,5 bilhões de dólares como o Fundo Verde das Nações Unidas. Os Estados Unidos, por sua vez, já haviam prometido no dia anterior uma participação de 3 bilhões de dólares.

Já o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, não chegou a um acordo sobre a questão durante a cúpula, um tema priorizado pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Tony Abbott observou que as emissões de gases do efeito estufa na Austrália representaram cerca de 1% das emissões globais. Seu país está atualmente entre os 20 maiores países em termos de emissões de gases de efeito estufa.

O governo conservador de Abbott já havia atraído críticas de muitos ambientalistas após abolir recentemente um imposto sobre o carbono e um imposto sobre os lucros dos produtores de carvão.

Mas após esta cúpula, "o G20 de Brisbane talvez se torne, de fato, a cúpula da mudança climática", comemorou a organização WWF em um comunicado.

"Ao chamar para a ação, poderosos líderes, incluindo o presidente Obama e o primeiro-ministro David Cameron, colocam esta questão no centro da atenção mundial", ressaltou a ONG, que comemorou ainda o fato de a Turquia, que no próximo ano preside o G20, de optar por fazer deste tema "uma grande prioridade".

As mudanças climáticas "são o maior desafio que a humanidade enfrenta", disse o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu.

A comunidade internacional está empenhada em concluir no final de 2015, no contexto das negociações internacionais em curso há mais de 20 anos, o acordo mais ambicioso para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, e assim limitar o aumento das temperaturas a 2°C em relação à era industrial, contra 4-5°C que se prevê atualmente.

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