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Parte da eleição acabou: 1 em cada 4 eleitores já votou nos EUA

A eleição americana deve ter o maior comparecimento em um século, desde 1908, quando mulheres ainda nem podiam votar

Eleitores votando antecipadamente nesta semana, em Iowa: quase 4 milhões de pessoas já votaram nos EUA (Rachel Mummey/Bloomberg)

Eleitores votando antecipadamente nesta semana, em Iowa: quase 4 milhões de pessoas já votaram nos EUA (Rachel Mummey/Bloomberg)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 25 de outubro de 2020 às 14h58.

Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 18h45.

O presidente americano, Donald Trump, e o rival democrata, Joe Biden, têm compromissos a todo vapor nos próximos dias. O vice-presidente, Mike Pence, novamente vice na chapa de Trump, sequer quis cancelar compromissos que tinha hoje e amanhã após dois de seus auxiliares próximos pegarem coronavírus.

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Mas a realidade é que parte da eleição já aconteceu nos EUA, embora a data oficial de votação seja em 3 de novembro. Como o voto antecipado ou pelo correio é autorizado, mais de 58,7 milhões de eleitores já votaram, segundo o US Elections Project, que compila os dados da votação antecipada.

Esse número representa um em cada quatro eleitores elegíveis para votar neste ano. O US Elections Project estima que quase 240 milhões de americanos estão elegíveis para votar. A eleição deste ano elege também algumas das vagas do Senado americano -- hoje controlado pelos republicanos, enquanto a Câmara é controlada pelos democratas.

Na prática, se levados em conta os números de 2016, quase metade da eleição já teria acontecido. Todos os votos já dados deste ano chegam a mais de 40% dos votos que foram depositados na última eleição presidencial.

Mais de um terço dos eleitores já votaram na Califórnia, no Texas e na Flórida, este último, um dos estados mais importantes desta eleição

Mas a eleição de 2020 também deve ser diferente por outro motivo: a projeção é que haja um comparecimento recorde neste ano.

O número de eleitores indo às urnas pode chegar a 65% do total, o que seria um recorde desde as eleições de 1908 e 1904, quando mulheres ainda nem podiam votar no país -- reduzindo em uma larga fatia a quantidade de eleitores elegíveis.

Nos anos anteriores, o comparecimento tinha ficado muito menor do que isso, em pouco mais de 50%.

Os adiantados votam em Biden

Da parcela da população que está votando com antecedência ou pelo correio, a esmagadora maioria é democrata. Isso acontece em parte pelo maior receio dessa parcela da população com relação à pandemia do novo coronavírus, o que os faz evitar aglomerações.

Dos que votaram com antecedência nos estados que contabilizam os partidos dos eleitores, 53% é filiada ao Partido Democrata, 25% é republicano e 21% não tem filiação partidária.

Neste domingo, 25, Biden também foi ao Twitter para incentivar seus eleitores a irem às urnas. O democrata postou um vídeo do ex-presidente Barack Obama falando sobre a votação antecipada. "Seja como o @BarackObama. Vote cedo".

Os eleitores que não votam acabam também decidindo a eleição, e daí as tentativas dos candidatos de fazerem seu eleitorado sair de casa. 

Em 2016, quando Hillary Clinton perdeu, estudos posteriores mostraram que mais de 4 milhões de eleitores de Barack Obama decidiram não votar. Com esses votos, sobretudo nos estados cruciais, Hillary poderia ter vencido a eleição.

Na outra ponta, ter mais democratas votando com antecedência pode gerar problemas na contagem dos votos. O presidente Donald Trump têm ditos nos últimos meses que votos pelos correios -- justamente onde os democratas estão vencendo -- serão fraudados. O temor é que a eleição vá parar na Justiça, sobretudo nos estados mais apertados e onde os votos pelo correio farão diferença no resultado.


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