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Parlamento venezuelano declara "fim de integração" com Brasil

Anúncio foi feito após as medidas adotadas nesta semana para fazer frente à onda migratória desencadeada pela crise no país

O presidente venezuelano Nicolás Maduro: comissão declarou que Brasil e Colômbia veem agora na Venezuela "um problema" e que isto "gera uma tensão" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

O presidente venezuelano Nicolás Maduro: comissão declarou que Brasil e Colômbia veem agora na Venezuela "um problema" e que isto "gera uma tensão" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 17h28.

Caracas - A Comissão de Política Externa do Parlamento venezuelano declarou neste sábado que a integração com a Colômbia e o Brasil terminou após as medidas adotadas nesta semana por estes países para fazer frente à onda migratória desencadeada da crise e "em defesa" de seus cidadãos.

"Com as medidas adotadas, é declarado de fato 'o fim da integração colombo-venezuelana e brasilera-venezuelana' que tinha gerado um jogo ganhar-ganhar desde a década de 90", defendeu o presidente desta comissão, Luis Florido, segundo um comunicado facilitado pelo Parlamento.

Florido defendeu que estes dois países veem agora na Venezuela "um problema" e que isto "gera uma tensão entre Integração e Defesa do Interesse Comum através da Soberania, já que ambos endurecem as suas medidas migratórias para defender o interesse nacional".

Para o deputado pelo partido Vontade Popular, estas decisões "deixam o problema do lado da fronteira de quem o gerou, o regime do (presidente) Nicolás Maduro".

No entanto, apontou que tanto Brasil como Colômbia "têm consciência mais do que qualquer outro (país) da crise humanitária" pela qual passa a Venezuela e que embora "tratam de colaborar", reconheceu que "criminosos (...) abusaram destes benefícios", razão pela qual, acrescentou, "os obriga a tomar estas determinações".

"As medidas ditadas pela Colômbia e Brasil, mais que favorável à Venezuela e aos venezuelanos, são uma ação em defesa de seus cidadãos e os seus recursos a nível doméstico", finalizou o comunicado.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou na quinta-feira durante uma visita a Cúcuta, principal ponto fronteiriço do país com a Venezuela, que entre outras medidas migratórias nesta zona está a obrigação de carimbar o passaporte.

Além disso, deixarão de ser expedidos mais Cartões de Mobilidade Fronteiriça, usados pelos cidadãos de regiões de fronteira para cruzar os limites nacionais, bem como a criação de um grupo especial que terá responsabilidades de "garantir respeito do espaço público".

Calcula-se que a cada dia, 37 mil venezuelanos entram na Colômbia, muitos dos quais chegam em busca de comida e remédios, enquanto 550 mil se instalaram definitivamente no país andino.

No mesmo dia no Brasil, durante uma visita ao estado Roraima, onde chegaram nos últimos meses cerca de 32 mil venezuelanos, o ministro de Defesa deste país, Raul Jungmann, assegurou que o Governo avalia uma ampliação da atuação do Exército na fronteira.

Jugmann expressou preocupação e apontou que a situação dos venezuelanos neste estado, um dos mais pobres do país, se tornou um problema "nacional" que o Brasil precisa de resolver. EFE

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