Mundo

Parlamento europeu se preocupa com resultado de referendo turco

Alguns partidos pediram que a União Europeia suspenda as negociações com a Turquia após o "sim" ao presidencialismo vencer

Tayyip Erdogan: "O presidente está dividindo o país", disse o líder do Partido Popular Europeu  (Murad Sezer/Reuters)

Tayyip Erdogan: "O presidente está dividindo o país", disse o líder do Partido Popular Europeu (Murad Sezer/Reuters)

E

EFE

Publicado em 16 de abril de 2017 às 17h51.

Bruxelas - Os grupos maioritários no Parlamento Europeu expressaram neste domingo (16) sua preocupação com o resultado do referendo constitucional na Turquia e algumas legendas pediram inclusive que a União Europeia (UE) suspenda as negociações com Ancara.

"Não importa o resultado: com este referendo, o presidente (turco, Recep Tayyip) Erdogan está dividindo o país", escreveu no Twitter o líder do grupo do Partido Popular Europeu na Eurocâmara, Manfred Weber.

"Estamos profundamente preocupados com o resultado do referendo", acrescentou.

Por sua parte, o porta-voz do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) na Eurocâmara, Ramón Jáuregui, disse na mesma rede social que espera que "uma vitória tão ajustada do 'sim' não destrua a democracia turca".

Nesse sentido, a vice-presidente dos social-democratas no Parlamento Europeu, Elena Valenciano, declarou que "a alta percentagem do 'não', apesar da campanha desigual, demonstra enorme divisão".

Mais além foi o presidente dos liberais na Eurocâmara, Guy Verhofstadt, para quem o resultado da consulta foi "muito apertado", e que chegou a apontar que a UE "deveria paralisar" as negociações de acesso da Turquia ao bloco comunitário "se Erdogan persistir".

O apoio ao sistema presidencialista impulsionado por Erdogan venceu no referendo realizado hoje na Turquia com 51,3% dos votos, com 99% das urnas apuradas, na contagem preliminar divulgada pela agência "Anadolu", uma instituição semipública.

No entanto, a oposição denunciou "manipulação" eleitoral e já antecipou exigirá a recontagem dos votos.

O triunfo da reforma, que seria aplicada a partir de 2019, abriria o caminho para que Erdogan possa governar até 2029, ou, inclusive, até 2034.

A Otam, por sua vez, evitou analisar os resultados dessa consulta popular, por tratar-se de uma questão de política interna turca.

Acompanhe tudo sobre:EuropaReferendoTayyip ErdoganTurquiaUnião Europeia

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro