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Parlamento do Irã declara tropas dos EUA no Oriente Médio como terroristas

O projeto de lei afirma que qualquer colaboração com o centro operações militares americano no Oriente Médio será considerada como um ato terrorista

Irã: os EUA consideraram a Guarda Revolucionária iraniana como terrorista no início deste mês (Marinelle Coronel Hernandez / EyeEm/Getty Images)

Irã: os EUA consideraram a Guarda Revolucionária iraniana como terrorista no início deste mês (Marinelle Coronel Hernandez / EyeEm/Getty Images)

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EFE

Publicado em 23 de abril de 2019 às 08h44.

Teerã — O parlamento do Irã colocou nesta terça-feira na lista de grupos terroristas o Comando Central dos Estados Unidos, CENTCOM, encarregado das operações militares no Oriente Médio, em reciprocidade à medida adotada por Washington contra a Guarda Revolucionária iraniana.

O projeto de lei em apoio aos Guardiões da Revolução, uma corporação das forças armadas iranianas, foi aprovado com 173 votos a favor, quatro contra e 11 abstenções, segundo informou o parlamento.

De acordo com o projeto de lei, o CENTCOM e todas as suas forças, organizações e entidades associadas foram declaradas terroristas, e qualquer colaboração com esses efetivos será considerada um ato terrorista.

A República Islâmica adotou esta decisão como uma medida recíproca diante da ação dos Estados Unidos, que - segundo o projeto de lei aprovado hoje - é "uma violação do direito internacional e debilitará a segurança e a paz da região da Ásia Ocidental".

O movimento do parlamento iraniano aconteceu depois que o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã designou em 8 de abril o CENTCOM como grupo terrorista e considerou os EUA como um país patrocinador do terrorismo.

No mesmo dia, o presidente americano, Donald Trump, declarou a Guarda Revolucionária como grupo terrorista, alegando que a mesma "participa, financia e promove o terrorismo como uma ferramenta estatal".

Esta foi a primeira vez que os EUA adotaram uma decisão tão drástica contra militares de outro país.

Os Guardiões da Revolução enviaram nos últimos anos assessores militares à Síria e ao Iraque para ajudá-los na luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e apoiam diversas milícias xiitas como o grupo libanês Hezbollah.

A corporação de elite recebeu o apoio de diversos órgãos de poder político e militar no Irã e ameaçou os EUA com "uma lição inesquecível" caso seja atacada.

A Guarda Revolucionária foi criada depois do triunfo da Revolução Islâmica de 1979 para proteger o sistema teocrático xiita. A corporação é a organização militar mais poderosa do Irã e controla amplos setores econômicos do país.

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