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Parlamento destitui Yanukovich e convoca eleições na Ucrânia

Segundo a decisão, o pleito acontecerá no dia 25 de maio


	Um deputado da oposição discursa diante do Parlamento, em Kiev: a Casa decidiu que o presidente "não cumpre mais suas funções"
 (LOUISA GOULIAMAKI/AFP)

Um deputado da oposição discursa diante do Parlamento, em Kiev: a Casa decidiu que o presidente "não cumpre mais suas funções" (LOUISA GOULIAMAKI/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2014 às 13h31.

Kiev - A Rada Suprema (Parlamento) destituiu hoje o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, por "abandono de suas funções constitucionais" e convocou eleições presidenciais antecipadas para o dia 25 de maio.

Um total de 328 deputados, o que constitui mais da maioria constitucional de dois terços dos parlamentares, votou a favor da resolução, que entrou em vigor logo após ser aprovada pela Câmara.

A resolução foi adotada em caráter de urgência, sem debate prévio, e após sua aprovação os deputados se puseram de pé e cantaram o hino nacional da Ucrânia.

A sessão extraordinária da Rada, que nomeou hoje um dirigente opositor, Aleksandr Turchinov, para presidente da casa, foi transmitida ao vivo pela televisão.

Previamente, em entrevista ao canal de televisão "UBR", Yanukovich denunciou que os últimos eventos que ocorreram no país foram um golpe de Estado e anunciou que não renunciará,

"Os eventos que nosso país e todo o mundo viram são um exemplo de golpe de Estado. Tentam me amedrontar para que apresente voluntariamente minha renúncia. Mas não tenho intenção de renunciar", disse Yanukovich, que respondeu às perguntas em russo.

O líder ucraniano, que reconheceu ter deixado ontem à noite Kiev para ir para a cidade de Kharkiv, acrescentou que faz todo o possível "para que no país não haja um derramamento de sangue".

"Não tenho intenção de deixar a Ucrânia. Sou o presidente eleito legalmente", afirmou, lembrando que os mediadores internacionais asseguraram que dariam garantias de segurança para ele.

O presidente ressaltou que não aceitará nenhuma das decisões aprovadas nas últimas horas pela Rada Suprema (Parlamento), controlada agora pela oposição pois vários deputados do governante Partido das Regiões deixaram a legenda.

"Esta não é oposição, são bandidos. Na saída do Parlamento batem, lançam pedras e intimidam", criticou.

A Rada assumiu hoje a coordenação dos trabalhos do governo, nomeou um novo presidente da Câmara, designou um novo ministro do Interior interino e aprovou uma lei que permitirá a libertação da ex-primeira-ministra e líder opositora Yulia Tymoshenko

*Matéria atualizada às 13h01

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