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Parlamento decidirá sobre continuidade de Mugabe no poder

A decisão foi tomada um dia após o comitê central do partido ter dado um ultimato ao presidente para renunciar voluntariamente

Mugabe: o partido informou que notificou a Mugabe sobre a decisão (Philimon Bulawayo/Reuters)

Mugabe: o partido informou que notificou a Mugabe sobre a decisão (Philimon Bulawayo/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 15h45.

Última atualização em 20 de novembro de 2017 às 16h15.

Harare - A União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF), partido liderado por Robert Mugabe, submeterá sua continuidade na presidência do país a uma moção de censura no Parlamento, onde tem a maioria, informaram nesta segunda-feira fontes da legenda.

A decisão foi tomada um dia após o comitê central do partido, fundado por Mugabe, ter dado um ultimato ao presidente para renunciar voluntariamente, dando um fim constitucional à crise vivida pelo país, controlado pelos militares desde a semana passada.

Cerca de 230 dos 260 membros da base parlamentar governista se reuniram hoje em Harare e aprovaram a decisão, que foi lida aos jornalistas em um breve pronunciamento.

"O partido pediu ao chefe do grupo parlamentar que leve adiante o procedimento de moção de censura contra Robert Mugabe", comunicou o porta-voz da ZANU-PF e ministro de Informação, Simon Khaya Moyo.

A ZANU-PF informou, além disso, que notificou a Mugabe sobre a decisão, mas como ele não renunciou, o processo parlamentar será iniciado a partir de amanhã.

No domingo, a ZANU-PF destituiu Mugabe, de 93 anos e no poder desde 1980, como líder do partido. Na reunião, também foi expulsa da legenda a primeira-dama, Grace Mugabe, e aliados políticos do presidente, entre eles vários ministros.

Destituído há duas semanas, o vice-presidente do país, Emmerson Mnangagwa, foi nomeado para liderar o país. A decisão deve ser confirmada em um congresso do partido em dezembro.

Apesar da falta de apoio do partido e da população de Zimbábue, que foi às ruas pedindo sua saída, Mugabe não renunciou e pediu que o país "volte à normalidade" em sua primeira mensagem pública depois de os militares terem tomado o controle do país na semana passada.

A destituição de Mnangagwa, antigo membro do partido e veterano de guerra que opôs à Grace Mugabe, é vista como o estopim da crise política atravessada pelo país.

Uma semana depois da decisão, os comandantes das Forças Armadas anunciaram que tomariam "medidas corretivas" se os "expurgos" no ZANU-PF continuassem a ocorrer.

No dia seguinte, os taques estavam nas ruas de Harare. Mugabe está sendo mantido preso pelos militares dentro de sua própria casa desde a madrugada da última quarta-feira.

Ontem à noite, o presidente estava acompanhado dos comandantes durante a leitura de seu discurso.

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