Milícia patrulha uma estrada a 15km de Trípoli, na Líbia (Mahmud Turkia/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 18h53.
Tobruk/Benghazi - O parlamento eleito da Líbia aprovou nesta segunda-feira um novo gabinete proposto pelo primeiro-ministro, Abdullah al-Thinni, informou um porta-voz parlamentar.
A Líbia combate uma verdadeira anarquia, já que dois parlamentos e governos competem pela legitimidade três anos depois da deposição de Muammar Gaddafi.
A Câmara dos Deputados eleita e autoridades do primeiro escalão se transferiram para o leste depois que um grupo armado da cidade de Misrata, no oeste do país, ocupou a capital e estabeleceu uma assembleia e um gabinete rivais.
A Câmara, que é reconhecida pela comunidade internacional, concordou com uma segunda lista para o gabinete depois de rejeitar uma compilação com 16 membros na semana passada por ser grande demais, disse o porta-voz parlamentar Faraj Hashem.
O novo gabinete tem 13 ministros, incluindo três vices de Thinni, e nenhum ministro do petróleo, setor vital que será controlado pela estatal Corporação Nacional do Petróleo, como nos tempos de Gaddafi.
Thinni, ex-soldado de carreira, é o premiê desde março, mas tinha renunciado depois de uma votação em junho. Os legisladores pediram que ele formasse um novo governo.
O ministro das Relações Exteriores será Mohammed al-Dairi, ex-funcionário de alto escalão da Organização das Nações Unidas (ONU), informou o parlamento em seu site. Não haverá ministro da Defesa – o chefe de gabinete irá comandar os militares, afirmou Hashem.
Thinni foi incapaz de fazer a lei valer na Líbia, onde grupos armados vêm dando as cartas desde a deposição de Gaddafi em 2011.
As potências ocidentais temem que a Líbia esteja rumando para a guerra civil. O governo não consegue controlar os ex-rebeldes que ajudaram a derrubar Gaddafi mas agora disputam o poder e uma fatia das receitas do petróleo.