Mundo

Parlamento da Escócia aprova moção simbólica para deter o Brexit

A Escócia quer que o governo do Reino Unido que detenha o Brexit, a menos que seja feita uma extensão que permita realizar um 2º referendo

BREXIT: ainda que os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia no longo prazo sejam moderados, o curto prazo pode ser muito pior / Reuters/Toru Hanai (Toru Hanai/Reuters)

BREXIT: ainda que os efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia no longo prazo sejam moderados, o curto prazo pode ser muito pior / Reuters/Toru Hanai (Toru Hanai/Reuters)

E

EFE

Publicado em 27 de março de 2019 às 16h14.

Edimburgo — O parlamento da Escócia aprovou nesta quarta-feira uma moção simbólica que pede ao governo do Reino Unido que detenha o Brexit, a menos que seja solicitado aos parceiros europeus uma extensão que permita realizar um segundo referendo.

Com 89 votos a favor e 28 contrários, os parlamentares aprovaram a moção apresentada pelo Partido Verde, que especificou que, no caso de uma nova consulta, a opção de permanecer na União Europeia (UE) deve estar na cédula.

O texto da moção indica que, "a menos que o Reino Unido obtenha uma extensão suficiente do processo do Brexit para organizar e realizar uma votação popular com a opção de permanecer na UE", o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que iniciou o processo de divórcio com o bloco, deve ser revogado.

Durante o debate anterior à votação, um dos líderes do Partido Verde, Patrick Harvie, afirmou que existe uma reivindicação por parte dos cidadãos britânicos de voltar às urnas para decidir sobre seu futuro no bloco comum diante da "rejeição" do governo britânico a "cada oferta de compromisso político".

Harvie se referiu assim à manifestação em favor de um segundo referendo que no último fim de semana reuniu mais de 1 milhão de pessoas em Londres e à petição que defende a paralisação do Brexit, que já reuniu mais de 5,8 milhões de assinaturas.

Embora o governo da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, já tenha adiantado que não considera essa opção, o parlamento debaterá a petição no dia 1º de abril.

Para Harvie, a UE "é um dos projetos de paz mais bem-sucedidos do planeta" e uma das vozes "mais fortes contra a mudança climática", e deu "liberdade de movimento" aos cidadãos europeus.

O Partido Nacionalista Escocês (SNP, na sigla em inglês), que governa a região, apoiou a moção, e apresentou outra, que também foi aprovada, pedindo ao governo conservador que leve em consideração o resultado do referendo do Brexit na Escócia, onde 62% dos votos foram contrários à separação.

A posição do gabinete de May é que o artigo 50 não será alterado, apesar de o Tribunal Superior de Justiça da UE ter opinado no começo do ano que o Reino Unido pode revogar o processo de forma unilateral se assim quiser.

Um porta-voz do governo rechaçou essa possibilidade ao lembrar que 17,4 milhões de pessoas "enviaram uma mensagem clara de que queriam deixar a UE".

A decisão do parlamento escocês coincidiu com a votação que a Câmara dos Comuns realizará hoje à noite para dar seu parecer sobre oito planos alternativos para o acordo do Brexit, entre os quais estão um possível referendo, uma separação sem acordo e uma saída com permanência na união aduaneira

Acompanhe tudo sobre:BrexitEscóciaReino UnidoTheresa May

Mais de Mundo

Depois do G20, Lula recebe Xi para aproximar ainda mais Brasil e China

Netanyahu oferece quase R$ 30 milhões por cada refém libertado que permanece em Gaza

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia