Brexit: "Fazer parte do EEE sem ser membro da UE deixaria o Reino Unido sem voz para discutir as normas que terá que seguir", explicou líder trabalhista (Neil Hall/Reuters)
EFE
Publicado em 13 de junho de 2018 às 19h11.
Londres - A Câmara dos Comuns descartou nesta quarta-feira uma emenda incluída na chamada lei do "Brexit" que pedia que o governo negociasse a adesão do Reino Unido ao Espaço Econômico Europeu (EEE) após sair da União Europeia (UE).
Por 327 votos favoráveis e 126 contrários, os parlamentares reverteram uma emenda incluída no texto pela Câmara dos Lordes, criticada tanto por aliados da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, como pelos opositores do Partido Trabalhista.
A emenda determinava que May mantivesse o acesso do Reino Unido ao mercado único da UE através do EEE, um grupo que inclui três países que não fazem parte do bloco - Noruega, Islândia e Liechtenstein. Em troca, eles devem garantir a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais.
Apesar de o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, ter recomendado que os deputados do partido se abstivessem na votação, 75 deles votaram a favor da manutenção do acesso britânico ao mercado único.
Corbyn tinha afirmado que o Partido Trabalhista respeita o resultado do referendo sobre a saída do Reino Unido da UE e que o espaço econômico não é a opção correta para os britânicos.
"Fazer parte do EEE sem ser membro da UE deixaria o Reino Unido sem voz para discutir as normas que terá que seguir", explicou.
Em vez da emenda aprovada na Câmara dos Lordes, a direção do Partido Trabalhista propôs um texto alternativo, que defendia um "acesso completo ao mercado interno da UE".
A emenda trabalhista foi rejeitada na Câmara dos Comuns por 322 votos contrários e 240 favoráveis, graças à oposição do Partido Conservador, liderado por May, e dos deputados do Partido Unionista Democrático (DUP), da Irlanda do Norte.
O governo de May espera bloquear 14 das 15 emendas que a Câmara dos Lordes acrescentou na lei do "Brexit". Após a passagem pelos Comuns ontem e hoje, o texto volta aos Lordes, que podem acrescentar novas modificações, iniciando um processo conhecido na política britânica como "pingue-pongue" e que só termina quando as duas casas estejam satisfeitas com a versão final do projeto.
A primeira-ministra só concordou com uma emenda dos Lordes, que prevê que o país continue participando de algumas agências da UE após o "Brexit".