Primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May (Peter Nicholls/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de março de 2019 às 19h04.
Última atualização em 27 de março de 2019 às 19h44.
Londres - Nenhuma das oito propostas alternativas para desbloquear o Brexit conseguiu maioria nesta quarta-feira em uma série de votações no parlamento do Reino Unido.
As opções com mais apoios foram a convocação de um referendo para ratificar um eventual acordo, que obteve 295 votos contra e 268 a favor, e a negociação de uma união aduaneira com a União Europeia (UE), com 272 votos contra e 264 a favor.
Os deputados da Câmara dos Comuns tomaram o controle da agenda do Brexit nesta semana para convocar a votação desta noite, uma prerrogativa reservada habitualmente ao governo.
Apesar de a sessão de hoje não ter chegado a nenhum resultado conclusivo, os parlamentares deixaram a porta aberta para que na próxima segunda-feira seja convocada uma segunda rodada de votações para tentar que alguma opção alcance o apoio majoritário.
As votações são, em qualquer caso, não vinculativas para o governo, e a primeira-ministra Theresa May já advertiu que não cumprirá nenhuma indicação do parlamento que vá contra a negociação que manteve com Bruxelas nos últimos dois anos.
As possibilidades que foram propostas pela ala mais eurocética dos conservadores estiveram entre as menos votadas.
Deixar a UE sem um acordo no próximo dia 12 abril recebeu apenas 100 apoios, e a mesma opção, mas com um tratado temporário para comercializar com a UE sem tarifas, 139.
Um plano para cancelar o Brexit caso não se consiga ratificar um acordo também não se aproximou de uma maioria parlamentar: 184 deputados se mostraram a favor e 293 contra.
No entanto, a opção menos respaldada foi permanecer no mercado único comunitário, o que implicaria em manter a livre circulação de cidadãos europeus no Reino Unido. Essa opção recebeu 65 votos a favor e 377 contra.
O ministro para o Brexit, Steve Barclay, destacou que o resultado dessas votações "fortalece o ponto de vista de que o acordo negociado pelo governo é a melhor opção".
O tratado de saída selada com Bruxelas, no entanto, também não conta, por enquanto, com uma maioria parlamentar assegurada que o respalde.