Mundo

Parlamento aprova lei que permite novo mandato de Morales

O debate se prolongou durante horas, já que a oposição considera inconstitucional uma nova candidatura de Evo Morales e de seu vice-presidente


	Evo Morales: a oposição boliviana não foi a única a criticar a possível inconstitucionalidade da medida.
 (REUTERS/David Mercado)

Evo Morales: a oposição boliviana não foi a única a criticar a possível inconstitucionalidade da medida. (REUTERS/David Mercado)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2013 às 14h39.

La Paz - A Câmara dos Deputados da Bolívia aprovou uma lei que permite que o presidente Evo Morales concorra a um terceiro mandato presidencial e que uma vez promulgada pelo Governo, deixará o caminho traçado para que Morales opte por se transformar no governante que mais tempo liderou o país andino.

O texto da Lei de Aplicação da Legislação foi sancionado nesta madrugada pelos legisladores bolivianos - com maioria governista -, dos quais 84 votaram a favor e 33 contra, informou nesta quarta-feira a Câmara através de um comunicado.

O debate se prolongou durante horas, já que a oposição considera inconstitucional uma nova candidatura de Evo Morales e de seu vice-presidente, Álvaro García Linera, apesar do Tribunal Constitucional (TC) ter respaldado no mês passado a legalidade de uma nova postulação.

Sem a resolução do TC, os mandatos prévios a 2009 não contam porque a Bolívia foi refundada neste ano em questão como "Estado Plurinacional".

No entanto, a Constituição promulgada nesse mesmo ano estabelece que os mandatos prévios à refundação da Carta Magna devem ser tomados em conta na computação total de mandatos consecutivos, que não pode ser mais de dois.

O presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Sistema Eleitoral, Héctor Arce sustentou que a gestão governamental de Morales e Linera no primeiro mandato (2006-2009) em "termos jurídicos, não foi um período constitucional concluído e portanto não pode ser tomado como um período constitucional".


A norma, que também foi ratificada na semana passada pelo Senado, foi remetida ao Executivo para revisão e promulgação.

Se Evo Morales ganhar as eleições de dezembro de 2014, poderá se transformar no presidente que mais tempo governou a Bolívia, já que permaneceria no poder até 2020.

Morales se transformou em 22 de janeiro de 2006 no primeiro indígena a governar o país andino, após ganhar o pleito presidencial com 53,7% dos votos, e foi reeleito para um segundo período (2010-2015) com 64%.

A oposição boliviana não foi a única a criticar a possível inconstitucionalidade da medida, já que a ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rebeca Delgado, disse que apesar de pertencer ao partido de Morales, "este não é o caminho constitucional" para conseguir uma reeleição do atual presidente. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaEvo MoralesPolíticos

Mais de Mundo

México pede que EUA reconheçam que têm 'um problema grave de consumo de drogas'

Rússia considera 'inaceitável' plano europeu para força de paz na Ucrânia

Trump publica carta endereçada a Bolsonaro e volta a criticar processo no STF

Casa Branca responde Lula e diz que Trump não quer ser o 'imperador do mundo'