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Parlamento aceita renúncia de Evo Morales 2 meses após ele deixar Bolívia

O ex-presidente, que está na Argentina, deixou o cargo depois de perder o apoio das forças armadas após denúncias de fraudes nas eleições

Evo Morales: o ex-presidente boliviano está na Argentina depois de renunciar ao cargo (NurPhoto/Getty Images)

Evo Morales: o ex-presidente boliviano está na Argentina depois de renunciar ao cargo (NurPhoto/Getty Images)

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EFE

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 15h31.

La Paz, 21 jan (EFE).- O parlamento da Bolívia aceitou nesta terça-feira a carta de renúncia de Evo Morales à presidência do país dois meses depois de ele entregá-la, em uma sessão na véspera do fim do mandato que exercia.

A senadora Eva Copa, que preside a Assembleia Legislativa e é filiada ao Movimento ao Socialismo (MAS), o mesmo partido de Evo, dirigiu a sessão e foi chamada para ler as cartas de renúncia do ex-presidente e de seu vice, Álvaro García Linera.

Os protestos dos parlamentares da oposição minoritária tiveram início nesta terça, quando a maioria do MAS, partido de Morales, mudou a agenda e decidiu analisar se as duas renúncias seriam aceitas ou rejeitadas.

Primeiro foi analisada a renúncia de Morales e, em seguida, a de García Linera, ambas aprovadas pela maioria após o término da sessão parlamentar.

Vice-presidente da Câmara dos Deputados, Henry Cabrera, do MAS, explicou à imprensa que o partido decidiu, após uma reunião de bancada, "aceitar" a renúncia de Morales e García Linera.

Também houve disputas internas no MAS entre os parlamentares que aceitaram a renúncia e outros que discordaram, pois acreditam que Morales foi vítima de um "golpe de Estado".

"O que deve prevalecer no momento é a paz em nosso país, mantendo a linha de pacificação e estabilidade social", disse Eva Copa.

Morales e García Linera renunciaram em 10 de novembro do ano passado em meio a protestos contra o governo devido a denúncias de fraudes nas eleições de 20 de outubro, nas quais Evo venceu em primeiro turno, conseguindo o quarto mandato consecutivo.

Evo Morales denuncia ter sido vítima de um golpe de Estado para derrubá-lo, já que seu mandato atual terminaria amanhã, dia 22 de janeiro.

As cartas de renúncia chegaram ao Legislativo nacional no dia 11 de novembro do ano passado.

A renúncia de Morales e García Linera, em 10 de novembro, foi seguida pela presidente do Senado, Adriana Salvatierra, e do presidente da Câmara dos Deputados, Víctor Borda, ambos do MAS.

Então a vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez assumiu a presidência interina da Bolívia.

Ontem, Áñez assinou uma lei que estende o mandato do governo interino e do Legislativo até o juramento das autoridades dos dois poderes eleitos nas eleições gerais do próximo dia 3 de maio.

Exilado na Argentina, Morales afirmou várias vezes que ainda é presidente da Bolívia até que o Parlamento analise sua renúncia.

Além disso, ele também exigiu que Áñez deixasse o poder no próximo dia 23 e que em seu lugar ele assumisse a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, María Cristina Díaz.

No entanto, essa linha de sucessão, que estava na Constituição antes de 2009, não está contemplado na Carta Magna, implementada naquele ano por Morales.

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