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Parlamentares sofrem sexismo e violência preocupantes, diz UIP

Estudo mostra que existe "um nível preocupante de violência psicológica, física e sexual" contra políticas nos Parlamentos

Mulheres: 81,8% das indagadas experimentaram alguma forma de violência psicológica (Ron Wiecki/ Flickr/ Creative Commons)

Mulheres: 81,8% das indagadas experimentaram alguma forma de violência psicológica (Ron Wiecki/ Flickr/ Creative Commons)

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EFE

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 12h20.

Genebra - As mulheres parlamentares sofrem com episódios de sexismo, assédio e violência que alcançam um nível "preocupante", segundo um estudo publicado nesta quarta-feira pela União Interparlamentar (UIP), que pede um projeto e a aplicação de políticas e mecanismos sólidos que impeçam este tipo de comportamento.

De acordo com esta organização, um estudo feito mediante entrevistas com 55 deputadas de 39 países de cinco regiões do mundo mostra que existe "um nível preocupante de violência psicológica, física e sexual" contra políticas nos Parlamentos.

Segundo os números, 81,8% das indagadas experimentaram alguma forma de violência psicológica e 44,4% delas asseguram ter recebido ameaças de morte, estupro, surras ou de sequestro durante seus mandatos parlamentares, segundo o estudo da União Interparlamentar (UIP).

O secretário-geral da UIP, Martin Chungong, afirmou que, apesar de a pesquisa recolher a experiência de uma porcentagem reduzida de mulheres parlamentares, o estudo "deixa claro que o problema está muito mais estendido e há menos denúncias do que achávamos".

"A comunidade parlamentar deve condenar o sexismo e o assédio e manifestar sem rodeios que não pode ser tolerado esse tipo de ato como preço a pagar pela participação política das mulheres", acrescentou.

Também são frequentes os insultos sexistas, dado que 65,5% das parlamentares indagadas declararam ter sido alvo de comentários humilhantes em repetidas ocasiões.

O estudo revela, além disso, que o assédio sexual é uma "prática comum", ao afirmar 20% das políticas que participaram do estudo disseram ter sofrido assédio sexual durante seu mandato.

Além disso, 7,3% disseram alguém tratou de obrigá-las a manter relações sexuais.

Por outro lado, os níveis de violência física "também são consideráveis", indica a UIP, que usa como exemplo que 20% das indagadas afirmam ter sido espancadas ou empurradas com algum objeto que poderia ter provocado lesões.

As redes sociais como Twitter, Facebook e Whatsapp são, segundo a UIP, o principal canal utilizado para exercer assédio psicológico, e a condescendência e o sexismo contra a mulher parlamentar também é registrada "diariamente" através de gestos e expressões verbais "inapropriados".

Apesar dos obstáculos sofridos pelas parlamentares no desempenho de seu trabalho, que devem poder exercer o trabalho com liberdade e segurança, lembra a UIP, 80% das deputadas que foram vítimas de violência sexista afirmam que estes atos não solaparão sua determinação de cumprir com seu mandato e nem de concorrer em uma seguinte legislatura.

Segundo o estudo, pouco mais de um terço dos Parlamentos que participaram do estudo declararam dispor de regulamentos ou de códigos de conduta para seus membros com disposições específicas sobre comportamentos inaceitáveis e atos de intimidação contra as mulheres parlamentares.

Só África do Sul, Canadá, Costa Rica e Tailândia indicaram que têm regulamentos, códigos de conduta e uma política de igualdade que protegem explicitamente as parlamentares.

No continente americano, a Bolívia dispõe de uma lei sobre o assédio e a violência política contra as mulheres, um exemplo seguido pelo México com a modificação de sua lei eleitoral e de sua legislação sobre a violência contra as mulheres, segundo a UIP.

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