Mundo

Paris estuda projeto olímpico com cautela e incertezas

A candidatura de Paris para sediar os Jogos Olímpicos de 2024 é alvo de dúvidas e oposições, mas idealizadores do projeto mostram esperança


	Paris: cidade foi impactada pelos fracassos nas entusiasmadas tentativas de sediar os Jogos de 2008 e 2012
 (Thomas Warm/Stock.Xchng)

Paris: cidade foi impactada pelos fracassos nas entusiasmadas tentativas de sediar os Jogos de 2008 e 2012 (Thomas Warm/Stock.Xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 11h47.

Paris - A candidatura de Paris para sediar os Jogos Olímpicos de 2024 é alvo de dúvidas e oposições, mas os idealizadores do projeto ainda se mostram esperançosos de que tudo dará certo.

A cidade, impactada pelos fracassos nas entusiasmadas tentativas de sediar os Jogos de 2008 e 2012, parece agora conter a vontade de entrar na disputa pela edição de 2024, enquanto outras cidades estão mais decididas.

Tudo indica que depois de Tóquio, em 2020, uma cidade europeia ou dos Estados Unidos receberá a incumbência de sediar os Jogos, um contexto em que a candidatura de Paris faria sentido. No entanto, nem o governo, nem a prefeitura e os principais setores econômicos parecem estar empenhados.

O comitê francês para o esporte internacional, criado para estudar a participação da França neste tipo de competição, organizou uma série de reuniões para definir o apoio da candidatura. A última ocorreu na segunda-feira e foi constatado que é preciso mais tempo para entrar na concorrência.

Por enquanto, Paris aguardará para saber as conclusões da reunião extraordinária que o Comitê Olímpico Internacional (COI) organizará nos dias 8 e 9 de dezembro em Mônaco.

A partir dos resultados do encontro, o movimento esportivo decidirá, ao longo dos meses seguintes, se dará prosseguimento à candidatura.

Seria preciso convencer a prefeitura, que por enquanto se mostra fria sobre o respaldo de uma nova aventura olímpica, embora não esteja radicalmente oposta.

Os Jogos Olímpicos de 2024 ganharam um concorrente interno em Paris que conta com mais apoio da prefeita da cidade, a socialista Anne Hidalgo. Trata-se da candidatura para sediar em 2025 a Exposição Universal, projeto que também conta com o respaldo do primeiro-ministro, Manuel Valls.

"As Exposições Universais contribuíram mais para a imagem de Paris que os Jogos Olímpicos. Basta olhar a arquitetura e o urbanismo para perceber", disse o secretário municipal de Esportes, Jean-François Martins.

O monumento mais emblemático da cidade, a Torre Eiffel, foi construída especialmente para a Exposição Universal de 1889. A capital francesa também conserva outros símbolos da edição de 1900, como o Museu de Orsay, o Grand Palais ou a Ponte Alejandro III.

Em uma comparação entre os eventos, Martins citou o pequeno e desconhecido Vélodrome de Vincennes como única herança dos Jogos Olímpicos de 1900.

Martins comparou "um evento realizado um ano inteiro e focado no brilho econômico, no atrativo, nas empresas, na inovação, no emprego e no desenvolvimento urbano" com outro "mais curto e de bem maior potência".

Mesmo assim, acrescentou que é possível "encontrar sinergias" entre os Jogos de 2024 e a Exposição de 2025, um tema debatido em Paris. Em 1992, a Espanha sediou os Jogos Olímpicos de Barcelona e a Exposição Universal de Sevilha.

Outro dos pontos a serem debatidos é a situação econômica do país, que para muitos dos responsáveis é incompatível com as exigências do COI, "que cada vez quer mais", de acordo com o ex-atleta Stéphane Diaganá, ouro em 1997 nos 400 metros com barreiras.

Paris observa atentamente algumas questões enquanto outras cidades parecem já estar mais decididas. Os Estados Unidos parecem já ter decidido lançar Washington, São Francisco, Los Angeles ou Boston, enquanto na Alemanha a batalha está entre Berlim e Hamburgo. Na Itália, Roma é a opção mais provável.

Na capital francesa, como resumiu Guy Drut, integrante francês do COI, "nada está decidido ainda".

Acompanhe tudo sobre:EsportesEuropaFrançaMetrópoles globaisOlimpíadasParis (França)

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA