Pedro Parente, presidente da Bunge do Brasil: (Cláudio Gatti/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2012 às 16h16.
São Paulo - O presidente e CEO da Bunge Brasil, Pedro Parente, disse que as empresas do setor sucroalcooleiro têm investimentos represados de R$ 100 bilhões na produção de etanol e açúcar. Segundo ele, esses investimentos serão feitos quando houver solução para os problemas que o setor enfrenta hoje, principalmente em relação à perda de competitividade do etanol frente à gasolina e aos encargos tributários incidentes sobre o setor.
Parente disse também que, resolvidas essas questões, esses investimentos devem ser feitos por um período de cinco anos. O executivo disse que já esperava o discurso do ministro Guido Mantega, feito no Fórum Exame, evento realizado nesta sexta-feira em São Paulo, de que a gasolina não terá seu preço alterado no curto prazo. "O ministro não iria dizer publicamente que os preços da gasolina precisam ser elevados, mas o setor sucroalcooleiro sabe que o governo tem ciência dos problemas do setor e disposição para solucioná-los". A questão, segundo Parente, é a percepção de urgência do governo para resolver esses pontos, que é diferente da do setor produtivo.
Parente lembrou que 95% dos componentes industriais usados pelo setor sucroalcooleiro são de fabricação nacional e que novos investimentos trariam um impulso significativo para o setor de máquinas e equipamentos. O executivo também criticou, durante sua participação em debate no fórum, a forte tributação e o ambiente complexo para que projetos tramitem junto aos órgãos oficiais, o que acaba tornando o dia-a-dia do empresário um "inferno" e afastando possíveis investidores.