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Paraguai tem eleições gerais no domingo

Os eleitores paraguaios vão as urnas escolher presidente, governadores, deputados e senadores


	Fernando Lugo: o presidente deposto ficou de fora da disputa presidencial, mas concorre a uma cadeira no Senado
 (John Vizcaino/Reuters)

Fernando Lugo: o presidente deposto ficou de fora da disputa presidencial, mas concorre a uma cadeira no Senado (John Vizcaino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2013 às 10h14.

Buenos Aires – Três milhões e meio de eleitores paraguaios vão às urnas no domingo (21) escolher o sucessor do presidente Federico Franco, que ocupa o cargo desde a destituição de Fernando Lugo, em junho do ano passado. Além de presidente e vice, serão eleitos todos os governadores (17) e um novo Congresso, formado por 80 deputados e 45 senadores.

O presidente eleito tomará posse em agosto, por um período de cinco anos. Onze candidatos disputam o cargo, mas apenas dois lideram as pesquisas de opinião: o empresário Horácio Cartes, do Partido Colorado, e o ex-ministro Efrain Alegre, do Partido Liberal Radical Autentico. Ambos pedem uma reforma da constituição.

“Nenhum dos dois representa uma grande mudança na política do Paraguai. O que pode fazer uma diferença é a reforma constitucional, se for realizada”, disse o analista político Euclides Acevedo, em entrevista à Agência Brasil.

Cartes tem o desafio de reconduzir os Colorados ao poder. O partido dele governou o Paraguai durante 61 anos consecutivos (trinta e cinco deles em regime de ditadura), até ser derrotado em 2008 pelo ex-bispo esquerdista, Fernando Lugo.

Alegre é candidato de Franco, que foi vice de Lugo até seu impeachment. Ele estava em segundo lugar nas pesquisas de opinião, atrás de Cartes. Mas na quarta-feira (3), faltando menos de três semanas para as eleições, os Liberais anunciaram uma aliança com a União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), fundada pelo general reformado Lino Oviedo.

Oviedo – conhecido por ter ajudado a liderar o golpe de 1989 que derrubou o ex-ditador Alfredo Stroessner, no poder desde 1954 – era candidato da Unace. Com sua morte, numa acidente de helicóptero em fevereiro passado, o partido perdeu seu líder.

Um sobrinho dele, com o mesmo nome, candidatou-se a presidente, mas tinha menos de dez por cento das intenções de voto, segundo as pesquisas de opinião. Sem chance de eleger seu próprio presidente, os seguidores de Oviedo querem unir forças com Alegre para derrotar Cartes.


Depois de Cartes e Alegre, o terceiro colocado nas pesquisas de opinião é o conhecido jornalista e apresentador de teve, Mario Ferreiro, do Movimento Avança País – que representa um rosto novo na política paraguaia.

Também disputam a presidência Miguel Carrizosa (da Pátria Querida); Lilian Soto (do movimento Kuna Pyrenda) e Aníbal Carrillo Iramain (da Frente Guassu). Iramain é candidato de Lugo, que está disputando uma cadeira no Senado.

No Paraguai, as eleições presidenciais tem apenas um turno. Ganha quem tiver maioria, mesmo que represente menos da metade dos votos. O mandato é de cinco anos, sem direito à reeleição. Esta vai ser a primeira vez que paraguaios, residentes no exterior, poderão votar para presidente.

O governo anunciou que mobilizou onze mil policiais para garantir a segurança no dia da votação. Observadores internacionais acompanharão a votação. Entre eles, uma delegação da Unasul – a União de (12) Nações Sul-Americanas, que suspendeu o Paraguai, depois do impeachment de Lugo.

Lugo foi acusado de “mau desempenho de suas funções” por causa de um conflito agrário que terminou com 17 mortes no interior do país.

Apesar de o impeachment estar previsto na constituição paraguaia, os governos dos países vizinhos questionaram a legitimidade do processo político “relâmpago”, que durou menos de 48 horas.

Por considerar que o Paraguai estava colocando em risco a ordem institucional, Brasil, Argentina e Uruguai suspenderam o país de seu bloco econômico regional, o Mercosul.

Espera-se que depois da eleição, o Paraguai seja reincorporado ao Mercosul e à Unasul.

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