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Paraguai representará o Mercosul nas negociações com a UE

Paraguai, suspenso no ano passado do Mercosul, não formalizou seu retorno ao bloco


	Bandeiras do Mercosul: Mercosul e a UE retomaram, em 2010, as negociações - após uma suspensão de seis anos - para um acordo de livre comércio
 (Norberto Duarte/AFP)

Bandeiras do Mercosul: Mercosul e a UE retomaram, em 2010, as negociações - após uma suspensão de seis anos - para um acordo de livre comércio (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2013 às 16h55.

A chancelaria do Paraguai representará o Mercosul em dezembro nas negociações do bloco sul-americano e a União Europeia (UE) para um acordo comercial, informou nesta sexta-feira o presidente uruguaio, José Mujica.

"Os chanceleres concordaram oportunamente que a secretaria do Paraguai, nas negociações com a Europa para eventuais acordos do Mercosul, represente a todos, nos resuma, e tenha a honra de levar esse trabalho adiante da melhor forma possível diante da proposta iminente que esta região vai levar provavelmente, no final do ano, a consideração de conseguir obter um acordo com a Europa", disse Mujica em uma declaração à imprensa junto a seu par paraguaio Horácio Cartes.

O Paraguai, suspenso no ano passado do Mercosul após um julgamento político no Congresso que tirou do poder o presidente Fernando Lugo, não formalizou seu retorno ao bloco. Durante sua suspensão, a Venezuela entrou para o bloco, fato que Assunção e o próprio Cartes criticaram duramente.

Cartes chegou nesta sexta-feira a Montevidéu para sua primeira visita oficial ao Uruguai após sua posse, com a meta de relançar uma relação bilateral estagnada após a suspensão de seu país do Mercosul. Antes disso, visitou o Brasil no final de setembro.

Uruguai e Brasil anunciaram na segunda-feira que suas propostas de ofertas tarifárias para um TLC entre o Mercosul e a UE estão prontas e a firme intenção de que o bloco sul-americano as apresente em dezembro.

O Mercosul e a UE retomaram, em 2010, as negociações - após uma suspensão de seis anos - para um acordo de livre comércio.

Contudo, as medidas protecionistas adotadas pela Argentina - denunciadas pelos Estados Unidos e a UE na Organização Mundial do Comércio (OMC) - e a suspensão, no ano passado, do Paraguai do bloco atrasaram as negociações.

A Venezuela, que se transformou no membro mais recente do Mercosul após assinar sua ata de adesão em julho, não participa das negociações com a UE.

Reduzir "diferenças conjunturais"

Durante o encontro de cerca de duas horas, os presidentes analisaram temas de interesse comum, em especial a navegação da hidrovia Paraguai-Paraná-Uruguai, um projeto de porto de águas profundas no leste de Uruguai a busca por complementação energética, informaram.

"(Espero que) na região consigamos apagar todos os bolsões de diferenças conjunturais para que realmente possamos estar abraçados como corresponde todos os países desta região", disse Cartes.

"Acredito que já não temos hoje a capacidade de estar pensando nem trabalhando de forma individual,

o mundo nos exige que estejamos sentados entre todos pensando nos interesses comuns", enfatizou.

Após reuniões formais, Cartes era acolhido com um almoço oferecido pelo presidente uruguaio. À tarde, deve fazer um discurso intitulado "O Paraguai, uma surpresa esperada", para empresários e membros da comunidade paraguaia local, antes de partir nesta sexta-feira de volta a Assunção.

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