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Paraguai e Venezuela chegam a acordo

Durante a visita a Assunção do chanceler venezuelano, Elías Jaua, Paraguai e Venezuela chegaram a acordo para restabelecer relações diplomáticas


	Bandeiras do Mercosul: países do Mercosul e a Unasul negaram legitimidade ao Executivo de Federico Franco, que completou seu mandato quando foi destituído
 (Norberto Duarte/AFP)

Bandeiras do Mercosul: países do Mercosul e a Unasul negaram legitimidade ao Executivo de Federico Franco, que completou seu mandato quando foi destituído (Norberto Duarte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 17h47.

Assunção - Venezuela e Paraguai chegaram a um acordo nesta quarta-feira, durante a visita a Assunção do chanceler venezuelano, Elías Jaua, na qual se reuniu com o novo Governo paraguaio para restabelecer as relações diplomáticas com a designação de novos embaixadores após mais de 15 meses.

Jaua anunciou que tinha entregado a seu colega paraguaio, Eladio Loizaga, "uma proposta para designar o embaixador" da Venezuela em Assunção, que seu interlocutor disse que o Paraguai corresponderia assim que o presidente, Horacio Cartes, eleja uma pessoa.

Em entrevista à imprensa, Jaua destacou que com essa proposta o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "quer evidenciar a vontade de restabelecer as relações diplomáticas ao mais alto nível e de maneira imediata".

"Tenho certeza de que a partir de hoje se inicia um pleno restabelecimento das relações diplomáticas e políticas entre ambos os Governos", destacou Jaua, que anunciou também uma próxima visita de uma delegação de empresários venezuelanos ao Paraguai.

As embaixadas de ambos os países estão vazias desde julho de 2012, quando o Paraguai proclamou Maduro (então chanceler) "persona non grata" por sua suposta ingerência durante a crise pela destituição do presidente Fernando Lugo.

A queda de Lugo supôs a suspensão do Paraguai da Unasul e do Mercosul, bloco este último que aprovou a inclusão da Venezuela, que o novo Governo do Paraguai segue questionando.

A Venezuela ostenta a Presidência semestral do Mercosul, que levantou a suspensão paraguaia em 15 de agosto, quando Cartes, vencedor das eleições de abril, assumiu o poder.


Jaua, primeiro representante do Governo venezuelano que pisa no Paraguai desde a ruptura de relações, destacou que "o melhor que convém para toda a região" é que ambos os países "estejam no Mercosul", ainda "respeitando profundamente as considerações e opiniões de diversos setores paraguaios acerca do pleno ingresso da Venezuela ao Mercosul".

"E vamos trabalhar de acordo com o tempo e com a dinâmica própria de cada país para que isto seja uma realidade superando qualquer dificuldade", asseverou.

Loizaga, que disse ser uma "surpresa" a designação de um embaixador venezuelano, cujo nome não foi revelado, agradeceu a visita "muito positiva" de seu colega e disse que sua presença em Assunção "não faz mais do que ratificar o desejo" de "iniciar o mais rápido possível" as relações bilaterais.

Desde sua chegada ao poder, Cartes foi restaurando as pontes com os parceiros fundadores do Mercosul com base em reuniões bilaterais e visitas de seus líderes e se encontrou com Maduro aproveitando a cúpula do Unasul no Suriname, no final de agosto.

Após as viagens de Cartes à Argentina e Brasil em setembro, ontem seu Governo comunicou a nomeação dos novos embaixadores paraguaios em ambos os países; o ex-presidente Nicanor Duarte em Buenos Aires e no Rio de Janeiro Manuel Cáceres Cardozo, vice-ministro das Relações Exteriores e ex-embaixador perante a UE, a OEA e Argentina.

No final deste mês, Cartes viajará também ao Uruguai.

A agenda de Jaua inclui uma reunião hoje com o presidente do Paraguai, ao quem disse transmitiria "a saudação" de Maduro e "suas considerações de afeto, de respeito e de admiração ao nobre povo paraguaio e a seu Governo legítimo e constitucional".

Os países do Mercosul e a Unasul negaram legitimidade ao Executivo de Federico Franco, vice-presidente de Lugo, que completou seu mandato quando foi destituído, e boa parte deles retiraram ou chamaram a consultas a seus embaixadores em Assunção, que pouco a pouco foram retornando. 

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